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Hip hop como ferramenta de inclusão

03/09/2013

03/09/2013 12h30 - última modificação 03/09/2013 12h30

Dj Afrika Bambaataa e membros da Zulu Nation lotaram o Salão Nobre da Metodista. Foto: Mônica Rodrigues

DJ AFRIKA BAMBAATAA, CONSIDERADO O CRIADOR DO HIP HOP, CONTOU COMO O MOVIMENTO PODE MUDAR A VIDA DE MUITAS COMUNIDADES AO REDOR DO MUNDO


“O hip hop veio para os negros assim como Jesus veio para seu povo.” A afirmação é do DJ Afrika Bambaataa, considerado o legítimo criador do hip hop e um dos maiores produtores musicais do mundo, durante palestra na Metodista, em parceria com o Festival Singela Homenagem Hip Hop.

O DJ, que já trabalhou com grandes nomes da música, como John Lydon (Johnny Rotter, ex-Sex Pistols), Pretenders, UB40, Leftifield (DJ Paul Daley), Donna Summer, RZA (Wu-Tang Clan), Gary Numan e o mestre da soul music, James Brown, veio até a Universidade para abordar o tema “Hip hop como ferramenta de promoção social cultural e inclusão”.

Bambaataa contou como a realidade das ruas mudou seu caminho e como o movimento hip hop trouxe e ainda traz benefícios para muitas pessoas. “A cultura hip hop trouxe esperança para as pessoas e principalmente para a comunidade negra. Não são apenas as batidas, a música. O hip hop também fala de política e de inúmeros problemas que unem as comunidades. Ele entra no gueto e muda a vida de muitas pessoas,
ensinando sobre a cultura negra.”

O DJ é fundador da ONG internacional Zulu Nation, que presta diversos
serviços sociais por meio da cultura hip hop, com os princípios de paz, amor, união e diversão, buscando mudar o pensamento das gangues. “Nossa mensagem se estendeu para todo o mundo, deixando uma lição e ao mesmo tempo divertindo as pessoas”, revela.

Afrika Bambaataa, ao lado de Bing Man e King Kamonzi, também membros
da Zulu Nation, arrancou aplausos da platéia ao falar sobre a recente onda de manifestações no Brasil (saiba mais na página 16). “Esse grande número de pessoas que saíram às ruas pe lo aumento das passagens deveriam continuar protestando pelos outros inúmeros problemas sociais. Eles dizem que o gigante acordou, mas na verdade ele nunca dormiu, só estava e ain da está em um controle profundo. Acorda Brasil!”

Para Kamonzi, quando se luta contra o mal, você encontra muita resistência. “O importante é lembrar que injustiça em um lugar é injustiça em qualquer lugar. Se é uma violação dos direitos humanos, então temos que protestar.”


O poder da informação
Na década de 60, havia uma grande quantidade de filmes degradantes sobre a cultura negra. A África era somente vista com cenas de racismo e
escravidão.

“Eu era um jovem naquela época, ‘cabeça dura’, e lidava com pessoas de
rua. Então essa realidade me fez pensar quem eu era como ser humano
neste planeta, principalmente depois de visitar a UNICEF. Muçulmanos, islâmicos, cristãos vieram falar com a gente e mudei como pessoa. Assim,
percebi que também poderia mudar o comportamento das pessoas, junto
com professores e líderes de nossa comunidade”, conta Bambaataa.

Para Bing Man, o importante é as pessoas perceberem que o hip hop vai
muito além de MC’s, do grafite, do modo de se vestir, de ouvir música. “Acredito que devem existir médicos, advogados, cozinheiros, enfim, todas
as profissões que existem essa galera do hip hop tem condições e o direito de exercer. Ainda existe o preconceito, mas é a informação que muda isso.”

King Kamonzi revelou que antes de conhecer o trabalho da Zulu Nation
estava perdido. “O poder da informação, do conhecimento, é um poder
supremo. Quando você muda você tem a chance de ajudar outras pessoas
a mudarem também.”


Paula Lima
paula.come@metodista.br

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