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Brasil Nunca Mais Digital

03/09/2013

03/09/2013 13h54 - última modificação 03/09/2013 13h54

Lançamento do site foi realizado na Procuradoria Regional da República e contou com presença de autoridades. Foto: Mônica Rodrigues

SITE COM ACERVO DE PROCESSOS DA DITADURA MILITAR É LANÇADO EM PARCERIA COM A METODISTA


Revelar a verdade, resgatar a memória e fazer justiça. Estes princípios norteiam o projeto Brasil: Nunca Mais (BNM), iniciativa do Conselho Mundial de Igrejas e da Arquidiocese de São Paulo, que teve início nos anos 80. O objetivo era evitar que processos judiciais por crimes no período da Ditadura fossem destruídos, além de obter informações sobre as torturas praticadas pela repressão política. O projeto e sua divulgação buscam
cumprir um papel educativo junto à sociedade brasileira e na promoção
dos direitos humanos.

Agora, mais do que informações arquivadas, os documentos também podem ser acessados digitalmente. O site Brasil Nunca Mais Digital (BNDM)
disponibiliza cerca de 900 mil páginas digitalizadas de um conjunto de 710 processos da repressão durante a Ditadura Militar, julgados pelo Superior
Tribunal Militar. A divulgação do acervo do BNM busca preservar esse patrimônio histórico nacional, ampliar o acesso ao material de pesquisa e revelar a história de concepção e desenvolvimento dessa iniciativa social.

“Do ponto de vista tecnológico não é extraordinário, sites são criados todos os dias. O que justifica este momento é o peso simbólico da memória e a necessidade de cultivarmos a verdade e promovermos a justiça”, afirmou Aurélio Rios, Procurador Federal dos Direitos do Cidadão, durante o evento de lançamento do site, no dia 09 de agosto.

A deputada federal Luiza Erundina também esteve presente no evento. “É um sentimento de gratidão estar ao lado de pessoas que há décadas lutam e defendem os direitos humanos. A impunidade, não só na época da ditadura, mas hoje em dia também, deve ser eliminada.”

Para o Secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão “o BNMD dá uma segunda chance ao Brasil, uma segunda chance à justiça”.

Metodista também faz parte do projeto

O processo de digitalização dos documentos contou com o apoio da Metodista, por intermédio da Faculdade de Teologia e da Igreja Metodista. Já a Faculdade de Comunicação realizou um vídeo sobre o projeto e
produziu a memória do evento de lançamento do BNDM, que está disponível no site bnmdigital.mpf.mp.br.

“Nossa participação se deu por meio do envolvimento da Igreja Metodista com o projeto. Muitos jamais teriam acesso a estes documentos se não fosse essa contribuição da tecnologia”, explica o reitor da Universidade, professor Marcio de Moraes.

Anivaldo Padilha, líder evangélico torturado durante a ditadura militar e um dos percursores do projeto, conta que, ao pensarem em produzir materiais audiovisuais, a Faculdade de Comunicação da Metodista logo foi lembrada. “Sabíamos da infraestrutura, dos estúdios e da competência que a Metodista tem na área. É uma contribuição excelente que a Universidade está prestando para nós e para toda a sociedade.”

Além disso, Padilha também citou a relevância da Igreja Metodista para o
projeto. “A Igreja Metodista sempre teve uma conexão muito forte com a
luta pelos direitos humanos. É importante que a Universidade deixe sua
marca e continue lutando por isso.”

A professora Magali do Nascimento Cunha, da Faculdade de Teologia e pesquisadora do Grupo de Trabalho “Papel das Igrejas durante a Ditadura” da Comissão Nacional da Verdade, diz que este é um momento muito significativo para a sociedade brasileira.

“São milhares de documentos que mostram a face mais cruel do regime
militar e sua violência praticada arbitrariamente e em segredo e que, agora
digitalizados, estarão disponíveis a quem desejar conhecer a verdade. Como sempre afirmam as pessoas que trabalham no projeto: não é uma incitação à vingança, mas é a tentativa de cura de feridas que ainda estão abertas, por meio da preservação da memória, pois por meio dela se pode lutar contra a impunidade, não apenas daqueles que cometeram atrocidades no passado, mas também dos criminosos do presente”, conclui Magali.

Confira aqui o vídeo produzido pela Metodista.

Paula Lima
paula.come@metodista.br

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