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Iniciativa valoriza o papel do professor e auxilia escolas públicas

15/10/2013

15/10/2013 17h02

Material desenvolvido por estudantes de licenciatura da Metodista para utilização com alunos da rede pública. Foto: Mônica Rodrigues

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) aproxima a Universidade das Escolas Públicas. Ganham os alunos com um ensino de mais qualidade; ganham os estudantes das licenciaturas, com uma melhor formação.

 

“Por eu ter sempre estudado em uma escola particular e ter vindo para uma faculdade particular, eu tinha uma ideia totalmente errada da escola pública. Eu não acreditava na escola pública. Achava que era um lugar em que não ocorria o aprendizado, que era um lugar largado, isolado, onde tinha professores ruins. Essa é a ideia que é vendida da escola pública. Quando entrei, eu vi que não. Há currículo, há proposta, há pessoas fortemente empenha das. Os alunos são uma representação da sociedade como ela está agora. Tudo mudou e a vontade que eu tinha antes
era de atuar em uma escola particular. Hoje não. Eu quero atuar realmente
em uma escola pública”.

 

São experiências como esta, narrada por Paula Andreatti Margues, do 6º semestre de Pedagogia, que o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) tem proporcionado a estudantes de diversos cursos de Licenciatura. Iniciativa do Ministério da Educação e sob a responsabilidade da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o programa é uma oportunidade para que os alunos possam vivenciar a prática de atividades pedagógicas em escolas públicas de Educação Básica. Desta maneira, eles podem enriquecer sua formação e o currículo e aprimorar a qualidade das escolas; os participantes recebem uma bolsa da Capes. O Pibid envolve ainda professores de escolas públicas, que atuam como supervisores dos bolsistas; professores da licenciatura, que coordenam subprojetos e coordenadores de área, de área de gestão de processos educacionais e institucional.

“As pessoas não sabem a dimensão desse programa”, destacou a secretária de Educação de São Bernardo do Campo, Cleuza Repulho durante o II Encontro Pibid/Metodista, realizado neste ano na Universidade.

Para res sal tar a importância de se investir na formação de professores, a secretária foi categórica: “Ninguém quer entrar em um hospital e ser operado por um voluntário. A escola precisa de profissionais, de gente que faça as coisas acontecerem”.

Presente no mesmo evento, a professora Bernardete Gatti, docente da PUCSP, pontuou que “este programa, quando cria o diálogo entre a universidade, o professor, o docente que está na escola e o licenciando, que será o futuro docente, está criando essa interação absolutamente necessária para nós termos uma formação de qualidade”.

Para o diretor da Faculdade de Humanidades e Direito, professor Jung Mo Sung, um projeto como o Pibid “permite que os alunos possam viver essa experiência de lidar com crianças e perceber que educar não é só educar. É possibilitar que essas pessoas floresçam como gente”.

Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação e coordenadora
institucional do Pibid na Metodista, a professora Norinês Bahia avalia que
“enquanto proposta de valorização do magistério e de incentivo à docência, [o Pibid] é de extrema importância, especialmente para o enfrentamento da atual crise das licenciaturas”. Segundo ela, o programa “se destaca pela diferenciação que comporta se comparado a outros projetos que preveem bolsas aos envolvidos – no PIBID, os professores das escolas públicas, também recebem bolsas – um fato inédito em nosso contexto”. E destaca que a possibilidade da aproximação e inserção dos alunos licenciandos no cotidiano escolar com o acompanhamento de professores das escolas públicas e dos coordenadores de subprojetos, “fortalece a tão necessária parceria universidade-escola pública”.

O Programa

Tendo iniciado em 2012, nos subprojetos (cursos), há a participação tanto de alunos dos presenciais –Ciências Bio lógicas, Letras – Língua
Portuguesa, Matemática, Educação Física e Pedagogia – como da modalidade a distância – Ciências Sociais, Filosofia, Letras – Língua Espanhola e Pedagogia, sendo que cada um pode contar com até 30 estudantes.

Os bolsistas podem permanecer por um ano no Programa, com a possibilidade de renovação da bolsa por mais um. De acordo com a professora Norinês Bahia, em caso de desistências ou desligamentos, é realizado um novo processo seletivo para novos alunos. Por isso, é importante estar atento às divulgações realizadas pelos cursos.

 

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