Socorro! Acho que estou adoecendo!
14/06/2013 10h55
Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: de onde vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra. Salmo 121.1
Tenho percebido ultimamente que muitas pessoas que seguiam o seu caminho com aparente controle, de repente perderam o rumo e disseram: “Estou doente!” Pode ser por uma doença física, psíquica, pode ser por uma perda ou um amor não correspondido. Pode ser por medo de um TCC, de uma prova, de um seminário; por insegurança, ou por sentir uma vontade incontrolável de fugir do mundo, mas sente que suas forças se esgotaram, sente um cansaço que parece insuperável, sua mente está
confusa, sua fé abalada.
Como o pião, que roda e começa a sair do eixo quando começa a cair, assim ouvimos a pessoa dizer que está se sentindo. Os sintomas surgem e assustam não só quem vê a própria vida ser virada de pernas pro ar, mas a todos que convivem com a pessoa que está sendo atingida por esse “tsunami” que brota através de uma doença, de uma perda ou da sua própria profundeza.
Sintomas como tristeza avassaladora ou sensação de exaustão se fazem presentes no convívio de nossa universidade: alunos, professores, funcionários, familiares. Essas pessoas chegam até a pastoral e dizem que não conseguem dar mais um passo sequer. Olham para nós buscando uma palavra que as ajude a caminhar e encontrar respostas para suas dores. Dizem: “Já buscamos apoio médico, hospitais, psicólogos, psiquiatras, padres, pastores, esoterismo, centros espíritas etc. Exploramos toda a ajuda de terapias e ainda assim “esse sentimento de morte” está presente.
“Por que isso vem acontecendo? O que está errado comigo? Por que estou
adoecendo? Por que fui mandado embora? E agora?” Aquele olhar de desespero continua lá, como se uma rede tivesse sido jogada sobre a pessoa, aprisionando toda a sua alegria de viver, amortecendo seus sentidos, roubando sua energia e sua vida.
Pergunto: Vivemos em um mundo enlouquecedor? Se sim, então estamos
fadados a sermos diagnosticados com diferentes doenças, presentes em nossa sociedade. Perderemos nossa alegria, os prazeres do trabalho, num amontoado de diagnósticos do qual não podemos escapar? Eu não aceito isso, nós podemos ter escolhas! Não importa o quão doente esteja a nossa universidade, a nossa família, a nossa sociedade. Não importa o quão doente esteja tudo ao nosso redor, temos escolhas! Podemos perguntar como Gonzaguinha: “E a vida! E a vida o que é? Diga lá, meu irmão. Ela é a batida De um coração. Ela é uma doce ilusão Hê! Hô!... E a vida. Ela é maravilha Ou é sofrimento? Ela é alegria ou lamento? O que é? O que é? Meu irmão...”
Assim, não importa o que esteja acontecendo em sua vida, não importa o tamanho de seus desafios. Busque um sentido maior. Eleve seu olhar, eleve seu coração. Procure se conectar com Deus. Procure conectar-se com o milagre da vida que se renova a cada respiração. Lembre-se de que existe algo que a ciência não explica, mas que seu coração pode sentir. Abra-se. Sinta. Preste atenção. Esse Deus quer se relacionar com você. Não importa a sua crença ou religião, busque essa profundidade, porque
só lá, no mais profundo de sua alma, você saberá que, a despeito de todo o medo e de toda a dor, sua vida merece ser vivida. Cante bem alto: “Ah meu Deus! Eu sei, seu sei. Que a vida devia ser bem melhor e será. Mas isso não impede que eu repita. É bonita, é bonita, e é bonita...”
Profª Ms.Rosane Oliveira
Agente da Pastoral