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Por uma cultura de paz

13/06/2013

13/06/2013 17h34

Palestrantes abordaram projetos que possibilitam uma cultura de paz para crianças e adolescentes. Foto: Mônica Rodrigues

XI Seminário de Políticas Públicas Integradas trouxe diferentes visões e processos pensando na promoção da cultura de paz para crianças e adolescentes

Um espaço de reflexão para a questão infanto-juvenil, que estimulou o posicionamento crítico e o compartilhamento de experiências inovadoras com crianças, adolescentes e instituições. Este foi o cenário do XI Seminário de Políticas Públicas Integradas: Cultura de Paz – Crianças e Adolescentes, promovido pela Cátedra Gestão de Cidades da Universidade Metodista de São Paulo.

Ao abrir o evento, o reverendo Luiz Eduardo Prates, da Pastoral Universitária, relatou a importância em tratar o tema. “É evidente que não vivemos uma cultura de paz, temos que construí-la.”

O coordenador da Cátedra Gestão de Cidades, professor Luiz Silvério revela que a questão é delicada e precisa ser abordada. “A Cátedra oferece esse espaço para dialogar temas que não são muito comuns. Os olhares externos ajudam a gente a pensar, trazendo diferentes visões sobre uma questão tão importante que é a da criança e do adolescente”.

Resgate do processo da Aquarela
A promotora do Ministério Público da Vara da Infância e Adolescência de São Bernardo do Campo, Vera Lúcia Acayaba de Toledo, participou do evento abordando o histórico, ações e resultados do programa Aquarela, que foi instituído em 2007 com o intuito de desenvolver políticas públicas para enfrentar a violência escolar.

“Não adianta mudar o aluno de escola, tem que haver uma sensibilização
e uma mudança de cultura”, explica Vera, que também conta que, com o programa o menor infrator não é mais encaminhado diretamente a delegacia. “O menor é encaminhado ao programa, onde uma equipe multidisciplinar vai fazer um diagnóstico da situação e analisar a questão da família, buscando a origem pela qual este aluno está praticando um ato de violência na escola”.

Embasado no fortalecimento da rede de atendimento do município e no trabalho em parceira, o programa prevê ações além das medidas sócio-educativas para atos infracionários de pequeno potencial ofensivo.

“Uma das ações do projeto constitui-se num curso de cidadania que recebeu cerca de 300 alunos. Ao final, um dos estudantes, representando a turma, discursou ao público sobre a importância do projeto e disse: ‘Foi a
primeira vez que fomos ouvidos. Foi a primeira vez que pudemos falar’”, conta Vera.

Em 2011, foi publicado o livro que conta a história do projeto e pode ser
encontrado online em: http://bit.ly/14oIPtD

A Pedagogia no processo
“Se acharmos que os espaços reflexivos e os diálogos são uma perda de
tempo eu tenho muita dúvida se a gente vai realmente conseguir reinventar nossas relações para viver de um jeito melhor”. O pensamento é de Lígia Maria Daher, diretora do Departamento de Políticas Preventivas da Secretaria de Segurança Urbana de São Bernardo do Campo.

Lígia ressaltou em sua fala a importância do lado pedagógico, que educa
e forma as crianças e adolescentes, estar presente em todas as ações que
promovam uma cultura de paz. “Não há soluções fáceis nem rápidas,
devemos somar vários olhares, várias estratégias. Não podemos perder a dimensão política e ética das nossas ações e também não podemos fazer
isso de forma que pra nós seja tudo muito claro e para grande parte a população seja um aceitar resignado e alienado como se a paz fosse sair daí”.

Para ela, iniciar o processo de prevenção, educando crianças e adolescentes em suas escolhas é indispensável. “Para ir em frente temos que ter sonhos. Se o jovem não souber que ele é produtor, que pode sonhar, que pode ter projetos de vida e fazer suas escolhas existenciais ele não irá crescer”, concluiu.

O trabalho em rede nos serviços públicos
Além do município de São Bernardo do Campo, as políticas públicas do Estado de São Paulo também foram retratadas no Seminário por Wilson Tafner, promotor do Ministério Público da Infância e da Juventude de São
Paulo.

Segundo Tafner, “não podemos pensar em ações sem entender em que
momento e que sociedade é essa na qual vivemos hoje”.

O promotor também retratou a importância das políticas públicas para equilibrar as diferenças sociais, citan do como exemplo os internos da Fundação Casa. “Cerca de 95% dos jovens que estão na instituição vêm de um novo modelo de sociedade, a mono-parental, onde não há a presença do pai e as mães tem que garantir o sustento da família, estando
ausentes no dia a dia dos filhos. Então não adianta usar as mesmas ações de sempre, é preciso analisar para que o Estado possa intervir e propor soluções adequadas à esta situação”.

“A paz não está mais em tempo de ser sonhada, tem que ser construída”,
completou.

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