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Projeto Canudos: começa maratona de atendimentos à população

03/07/2013

03/07/2013 11h30 - última modificação 19/04/2017 17h08

Por Camila Cabello e Laiza Lopes

Os estudantes da Metodista e da Faculdade de Medicina do ABC deram início ao atendimento à população de Canudos na última quinta-feira, 27. A estrutura montada na rua, casas e na escola serviu para dividir o atendimento por áreas.

Durante os quinze dias de Projeto Canudos, os moradores serão atendidos pelos cursos de Enfermagem, Nutrição, Biomedicina, Medicina, Farmácia, Odontologia, Psicologia, Fisioterapia, Engenharia Ambiental, Educação Física, Pedagogia, Jornalismo e Rádio, TV e Internet.

O cadastro é o ponto de partida para que os moradores recebam os serviços dos universitários. Na tenda, dois estudantes ficam encarregados de realizar o pré-atendimento. Assim que o paciente responde às perguntas essenciais do formulário, ele é direcionado para a enfermagem.

“Fica a critério do morador sobre qual clínica ele quer ser atendido. Muitas vezes os pacientes se recusam em receber atendimento em uma determinada área por não conhecer o que ela tem a oferecer. Por isso, nosso objetivo é orientá-lo a passar por todas as clínicas”, afirma o coordenador do Projeto Canudos, Victor Hugo de Oliveira Bigoli.

Joice dos Santos, 23 anos, é veterana no Projeto Canudos. A jovem estudante do 3º ano de fisioterapia atendeu cerca de 15 moradores apenas neste primeiro dia. “Acredito que a diferença do primeiro atendimento do ano passado para este foi que nesta edição as atividades estão mais focadas para a população de Canudos Velho. Com isso, consigo dedicar mais tempo no atendimento ao paciente”, contou Joice.

Além de prestar serviços à população de Canudos, o projeto tem como foco a coleta de dados para pesquisas que venham a servir de base para a reivindicação de políticas públicas para a comunidade. Diversas áreas já tiveram suas pesquisas endossadas pelo Comitê de Ética em Pesquisa e estão atuando ativamente no diagnóstico das necessidades de Canudos.

A moradora de Canudos, Elidiane de Souza, de 15 anos, passou pelo atendimento de todas as áreas. “Acho que a maioria das pessoas daqui só são atendidas quando o projeto vem”, afirma a adolescente. Essa é a segunda vez que a canudense passa por uma consulta de Nutrição. A primeira também foi pelo Projeto Canudos na edição do ano passado. “Preciso pegar mais peso, por isso eles orientaram para que eu comesse frutas, verduras e carne.”

Outra área que prestou serviços para Elidiane foi medicina. Após ser diagnosticada com dor de garganta, a adolescente retirou o remédio na farmácia montada pelos estudantes. Todo o medicamento trazido para Canudos faz parte de arrecadação dos universitários e, quando chega em terras baianas, serve à população da cidade. “Quando precisamos de remédio vamos até Bendegó, à 8 km daqui”, disse Elidiane.

A mãe de Elidiane e também moradora de Canudos, Elísia de Souza, 62 anos, faz uma análise positiva da intervenção feita pelos universitários na comunidade. “Às vezes vamos aos médicos e não somos tão bem atendidos quanto no projeto. Os alunos conversam e dão atenção para as pessoas.”

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