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Eleições: Quer mudanças? Tem que pegar no pé

25/01/2013

25/01/2013 14h16

O brasileiro tem o hábito de reclamar dos políticos, mas não está engajado nos projetos da comunidade

Direito do cidadão que vive em uma democracia, o voto simboliza a opinião e o desejo do povo em escolher um candidato para representar sua cidade, estado e país. Em tese, as eleições indicariam os melhores representantes para um determinado cargo, mas na prática não é sempre que isso acontece. Muitos eleitores sequer avaliam os projetos e planos do candidato e escolhem nomes de pessoas que estão na mídia, como ex-jogadores de futebol ou artistas de TV.

Para José Sá, professor da Universidade Metodista de São Paulo e ex-assessor de imprensa do Ministério Público do Estado de São Paulo, votar é fácil. “Difícil é ver os eleitores acompanhando e cobrando ações dos candidatos que escolheram. Isto é um dever do cidadão, fundamental, como o ar que respiramos”, afirma. Para Sá, as coisas irão funcionar a partir do momento em que houver o envolvimento da população no processo democrático. “Tristes são as pessoas que acham que estão representados pelo candidato que votaram e relaxam”, comentou.

Essa cobrança é essencial para que os políticos não fiquem acomodados. Uma iniciativa que passou vigorar nas eleições de 2012 foi a Lei Ficha Limpa – originada a partir de uma iniciativa popular, em 2008, com o objetivo de melhorar o perfil dos candidatos a cargos eletivos do País. A ação popular é um instrumento previsto na Constituição Federal que permite que um projeto de lei seja apresentado ao Congresso Nacional desde que, entre outras condições, o mesmo apresente as assinaturas equivalentes a 1% de todos os eleitores do Brasil.

Após circular todo o País, o projeto foi entregue ao Congresso Nacional em 2009, com 1,3 milhão de assinaturas a favor e foi aprovado mais de dois anos depois, sendo declarado constitucional pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Por sete votos a quatro, o plenário de terminou que a lei passaria a valer a partir das eleições de outubro de 2012.

“A lei foi feita pelos cidadãos. Isso é revolucionário. Afinal, desde quando os próprios políticos teriam coragem de fazer uma lei para prejudicá-los?”, ressaltou José de Sá. Em janeiro de 2013, os candidatos eleitos tomam posse de seus cargos, mas não é porque eles estão no poder que o cidadão não pode fazer mais nada pela democracia. A obrigação de cada eleitor é fiscalizar a ação de quem ajudou a eleger. O dever do cidadão vai muito além do que apenas votar.

 

Gustavo Carneiro

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