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Paz

19/11/2012

19/11/2012 15h15

[ PORQUE UM MENINO NOS NASCEU, UM FILHO SE NOS DEU [...] E O SEU NOME SERÁ: [...] PRÍNCIPE DA PAZ. ISAÍAS 9:6

Uma das associações que os textos bíblicos do Primeiro Testamento (AT) sempre fizeram com a figura do Messias esperado é com a Paz. A palavra hebraica para paz é Shalom e ela tem várias conotações: completo, saúde (corporal e social), bem estar; totalidade; segurança; prosperidade; sossego, tranquilidade, contentamento; amizade – referindo-se às relações humanas e com Deus especialmente; ausência de guerra.

Portanto, o conceito é bem mais amplo do que quando falamos paz em nossa língua, quase sempre fazendo referência à ausência de guerra.

Na tradição cristã há a identificação entre o Messias esperado do antigo Israel com Jesus Cristo (Achamos o Messias, que quer dizer Cristo, João1:41b; Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; [...] Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo. João 4.25-26).

Portanto, o Natal que todos os anos celebramos e que rememora o nascimento de Jesus significa também o cumprimento da promessa de Paz do Primeiro Testamento.

Entretanto, como celebrar a paz em uma situação como a que vivemos, na qual não há paz, nem no sentido da ausência de conflitos, com é na língua portuguesa, nem na completude e plenitude de vida, como na mensagem do primeiro testamento.

Para entendermos isto talvez nos ajude a maneira como Ruben Alves interpreta a expressão saudade: “Saudade é a presença de uma ausência”. Sabemos da paz, ansiamos pela paz, no entanto o que experimentamos é a ausência de paz. Há sempre, sim, quem diga que há paz. E a Bíblia também condena esta atitude. E chama os arautos dessa paz de ‘falsos profetas’. Jeremias fala da atuação deles: Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. (Jr. 6:14).

Iniciamos este texto com a citação de Isaías falando do Príncipe da Paz. E no mesmo texto, no versículo seguinte, estão expressas essas condições: [...] o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça (Isaías 9.7). Mais adiante, no capítulo 32.17, Isaías diz: O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança, para sempre.

Portanto, se queremos uma sociedade e um mundo em paz, é essencial que exista justiça. Olhando para tanta desigualdade, para tantas forças que representam interesses enormes e os mais diversificados, para o poderio econômico e militar de alguns em detrimento da imensa maioria, podemos nos perguntar: É possível alcançarmos uma sociedade justa para que a Paz se torne realidade entre nós?

A mensagem bíblica nos aponta: sim, é possível. O primeiro passo já foi dado, não por nós mas pelo próprio Deus, que nos estende sua paz: “Paz seja convosco!” disse o Jesus ressuscitado aos discípulos (João 20.19,21). E é através da violência, da tortura, da morte e ressurreição de Jesus que podemos alcançar a paz com Deus: Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (Romanos 5:1). É a partir dessas condições que pode se cumprir o que o profeta Miquéias disse: Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus. Miquéias 6:8.

Paz para você e para o mundo, neste Natal e no Ano Novo!

 

Reverendo Luiz Eduardo Prates da Silva, coordenador da Pastoral Universitária e Escolar

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