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Pacientes com diabetes recebem acompanhamento de profissionais da saúde da Metodista

26/11/2012

26/11/2012 11h05

Na academia, os exercícios são personalizados e feitos com a orientação do prof. Denis Foschini. Foto: Gabriela Rodrigues

Nesta quinta-feira, 22, o encontro foi de encerramento, de confraternização. Na mesa, no lugar de coxinhas, bolinhas de queijo, refrigerante e bolo recheado, leite com 50% menos de gordura, pão caseiro integral, requeijão light, chá e maçãs.

O que pode parecer “sem-graça” para uns, para os integrantes do Programa de Atendimento Interdisciplinar ao Paciente com Diabetes, o Praid, além de delicioso – as senhoras pediram a receita do pão –, o cardápio era saudável.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, a diabetes está se tornando a epidemia do século. Em todo o mundo, 246 milhões de pessoas têm a doença e a previsão é de que esse número chegue a 380 milhões até 2025.  No Brasil, os dados mais recentes são de 2007 e apontavam que 5% da população adulta (acima de 18 anos), o equivalente a 6,4 milhões de pessoas, é diabética.

Fazendo uma referência à diabetes tipo 2 – aquela em que o paciente não necessita injetar insulina –, o médico Drauzio Varella explica em seu site que “alguns pacientes podem ter a diabetes controlada apenas com mudanças no estilo de vida, como aumento da atividade física ou perda de peso com uma dieta adequada”.

E é justamente com este foco que o Praid, uma iniciativa da Faculdade de Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, atua. Por ele, os participantes recebem acompanhamento de profissionais de Educação Física, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia durante um período de quatro meses.

A coordenadora do Programa, professora Maria Geralda Heleno, explica que “é um trabalho de conscientização e de orientação. Muitas vezes as pessoas têm as informações, mas fatores psicológicos acabam influenciando na adesão ao tratamento”.

Marcos Mussi Cavallini, 57, afirma que “a gente sabe que tem o problema, mas não sabe como lidar. Aqui, recebemos informações de todas as áreas”. Ele conta que antes de participar do Programa não gostava de fazer exercício e aqui aprendeu a se alimentar melhor.  “Depois de velho, estou aprendendo a viver. Nada vem por acaso. A diabetes veio para me ajudar a viver mais e de forma saudável”.

Atendimentos

De acordo com a professora Maria Geralda, os atendimentos são gratuitos. No núcleo de Psicologia, eles são feitos em grupo e ocorrem uma vez por semana. “Muitas pessoas têm diabetes, mas como não aplicam insulina, acham que não tem problema e não dão a devida atenção. Os encontros são para que eles aceitem a doença e possam aderir ao tratamento”.

Para Cléria Lúcia Rodrigues, 59, “a melhor parte é podermos falar das nossas dificuldades, dos nossos medos e de uma série de coisas que não queremos falar com os outros. No grupo, as pessoas sabem e entendem exatamente o que você está falando”.

No Núcleo de Nutrição, segundo Karina Stefani, além das reuniões com o grupo para palestras, também são realizados acompanhamentos individuais, de maneira a atender as diferentes particularidades de cada paciente.

Tetsuo Mayuti, 74, sempre considerou difícil de seguir as dietas passadas pelos médicos. “A gente faz três meses e depois desiste. Aqui temos mais orientação e a dieta é feita com base nos alimentos que estamos acostumados”.

Como a prática de atividade física é uma das recomendações, o professor de Educação Física Denis Foschini explica que “os exercícios são direcionados para a diabetes e para outras doenças associadas, como obesidade, hipertensão, artrose e problemas circulatórios”. Segundo ele, os programas são personalizados e, mesmo com apenas dois meses de prática, os resultados são significativos. “Fazendo continuamente o controle da doença e cuidando da saúde, aumenta a perspectiva e qualidade de vida dos pacientes.”

O professor André Radl, do Núcleo de Fisioterapia, concorda: “Fizemos um trabalho de equilíbrio e força muscular e controle e percepção postural. Percebemos resultados significativos em relação à postura e o movimento”.

Yolanda Jordano Lombardo, 78, diz que sempre fez exercícios físicos, “mas agora faço o exercício certo”.

Como participar

As inscrições para o próximo grupo terão início no final de janeiro. São 15 vagas e podem participar pessoas diagnosticadas com diabetes do tipo 2, de qualquer idade. Os acompanhamentos são realizados por quatro meses e são gratuitos.

Mais informações podem ser obtidas no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde pelo telefone (11) 4366-5351.

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