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Extensão Universitária amplia horizontes

24/07/2012

24/07/2012 11h29

O difícil é ter que se despedir. Foto: Adriana Guimarães

 

Adriana Guimarães

Projeto Rondon convida você a conhecer um pouco mais do seu Brasil

Poder trocar experiências com alunos e professores de outras universidades, conhecer pessoas de outros estados brasileiros, dormir no Batalhão do Exército para entender melhor o que é disciplina e educação, realmente são presentes inesquecíveis que serão guardados e lembrados com honra para sempre.

Sair a campo vestindo a camisa do Projeto Rondon representando a Universidade Metodista me trouxe um sentimento de muita responsabilidade de que mesmo sem a esperada presença da população de Marianópolis do Tocantins, nosso trabalho seria realizado.

Nossa primeira reunião em Marianópolis do Tocantins precipitou união entre as duas universidades responsáveis por cobrir a cidade, a Universidade Metodista de São Paulo e a UEL (Universidade Estadual de Londrina) e isso fez toda a diferença em nossos planos, que antes eram dois e a partir de então se tornou único em cumprimento da missão.

Começamos nosso trabalho nesta cidade conhecendo os moradores, cada um em sua casa com suas histórias. No primeiro dia foi uma surpresa o silêncio nas ruas, poucas pessoas e algumas bicicletas circulando.

Aos poucos foram se aproximando e de perto pudemos entender melhor o que é Marianópolis e uma das coisas ditas pelo psicólogo do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), Antônio Bruno Neto, foi que “a violência sexual é maior do que a prostituição”. Isso me incomodou demais. Será que é simplesmente pela falta de oportunidade, espaço, autoestima ou o que mais para permitir tamanha omissão? Mas vamos lá, porque tem muita história a ser contada.

A divulgação que esperávamos acontecer antes da nossa chegada, deixou a desejar e todos os dias até agora saímos à caça das pessoas para nos ouvir e claro, serem ouvidas, e isso tem dado certo. Isso é Projeto Rondon!

O que tem de mais rico, sem dúvida, são as histórias e cada olhar, que mesmo calado nos disse muito, nos ensinou muito e o melhor é que ainda não acabou.

Entender um pouco de tudo tem sido a reza de todos os dias e faz muita diferença para quem se desloca das próprias crenças e do seu pequeno mundo individual para percorrer outros mundos, outras visões e outras necessidades além dos nossos umbigos. Poder estar num grupo com alunos e professores de Saúde, Comunicação, Gestão Ambiental, Veterinária, Psicologia, Administração, Odontologia, Agronomia, Química, Geografia e outros, é uma oportunidade ímpar de ampliar nossos horizontes.

Marianópolis é uma cidade buscando espaço para dialogar com o mundo, mas aqui muitas vezes, vencem os obstáculos e limites. Poucas pessoas conseguem de fato mudar o rumo de suas vidas. Não estamos aqui para salvar os moradores deste local, mas para compartilhar novas possibilidades e inspirá-los a querer mais de si mesmos.

A ansiedade de querer movimentar montanhas é expressiva em muitos olhos rondonistas e para isso, precisa apenas enxergar um pouco além da própria vida.

Crianças de 11, 12 anos de idade abandonadas pelos pais, já são comprometidas com a prostituição e como o psicólogo disse, não encontram motivos para seguirem outros caminhos e muito menos se dedicarem aos estudos.

De acordo com ele, “o índice de uso de crack é altíssimo e os profissionais não conseguem achar uma saída”. Outro fator que chama muita atenção é a defasagem escolar. Crianças com 13 anos na quarta série do ensino fundamental, diagnosticadas “precariamente” com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Assim ficam ditados os limites de 40% dos moradores da zona urbana, segundo o especialista em psicologia.

Observando as pessoas daqui, um sentimento me afronta. A carência em todos os sentidos é a causa sublime de todos os males e a autoestima saiu a galope há muito tempo.

Mas o nosso trabalho está apenas na metade do caminho e tenho certeza que teremos ainda muita história para contar. Faremos trabalhos na zona rural de segunda à quarta-feira, depois voltaremos para Marianópolis e finalizaremos até sexta nossas atividades como rondonistas nesta cidade e começaremos a partir daí um novo ciclo numa nova consciência com certeza.

E que todos possam ter experiências ricas como essa! Sigam com a gente até o fim desta jornada.

Adriana Guimarães é aluna do oitavo semestre de Comunicação Social – Jornalismo.

 

 

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