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Mudança de planos: ser mãe

12/2012

13/03/2013 11h16

Anne Gabrielle de Pauili, que teve seu filho aos 20 anos, enquanto ainda estava estudando. Foto: Arquivo Pessoal

Conseguir conciliar todas as responsabilidades é o maior desafio das mulheres da atualidade

Ser mãe pode ser uma das coisas mais belas da vida de uma mulher e é o sonho de milhões de garotas e senhoras de todo o mundo, mas assim como tudo na vida, nada vem de graça. Existe uma série de responsabilidades e dificuldades que podem fazer uma mulher pensar duas vezes antes de entrar na jornada maternal. Má qualidade no sistema de saúde brasileiro, gravidez precoce, problemas de saúde, gastos muito altos (tanto para o período de gravidez, quanto com a própria criança) são apenas alguns de muitos problemas que uma mulher tem que enfrentar para ser mãe.

Estudos apontam que as chances de uma mulher jovem engravidar naturalmente, sem nenhum problema de fertilidade com ela e com o parceiro e praticando sexo no período fértil, é de apenas 25% a cada mês, ou seja, três em cada quatro mulheres que tentam engravidar, não conseguem. Mesmo com esses números, nascem cerca de 8.200 crianças por dia no Brasil, segundo o IBGE. São mais de 300 bebês por hora e cerca de cinco por minuto que vem ao mundo aos cuidados de suas mães, que têm que conciliar as responsabilidades já existentes, como profissionais e sociais, com a responsabilidade de ter que cuidar de uma nova vida.

“Ser mãe com certeza mudou a minha vida completamente! Do lado pessoal, simplesmente fui obrigada a amadurecer da noite pro dia, ou seja, tive que começar a enxergar a vida de um lado novo, tendo que, a cada dia, fazer novas descobertas”, acredita Anne Gabrielle de Pauili, que teve seu filho com vinte anos e ainda estava estudando. “Tenho comigo que meu filho precisava de mim pra tudo, aí entra o medo da vida profissional, porque não havia terminado minha faculdade, mas, graças a Deus, tenho a ajuda dos meus pais e continuo os meus estudos. Perderei
parte da infância do meu filho lutando para poder ter o que dar para ele, afinal, terei que me esforçar muito mais pra me sobressair perante aqueles profissionais que não têm essa responsabilidade”, completa Anne.

Muitas garotas, até mais novas que Anne de Pauili, acabam tendo uma gravidez não planejada e precisam alterar todos os seus planos de vida, tanto profissionais, quanto familiares para cuidar da criança. De acordo com estudo da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), uma em cada quatro garotas com menos de 20 anos já é mãe no
hemisfério sul do continente. Conciliar os estudos e a maternidade é uma tarefa difícil para as mães mais novas, mas as mães mais velhas também não têm vida fácil quando se trata de responsabilidade, porque muitas mulheres precisam conciliar a maternidade com o trabalho e as tarefas domésticas.

As complicações começam logo na gravidez. Na Constituição de 1988, dentre os direitos trabalhistas, seria garantido a licença-maternidade de quatro meses. Em 2008, a Lei Federal 11.770 ampliou a licença maternidade por mais 60 dias, totalizando seis meses, ou 180 dias. Mas em muitos casos, dependendo da profissão, as mães sofrem pressão de chefes e colegas por ficarem fora do trabalho por tanto tempo, alegando
que alguém pode tomar o seu lugar e aproveitar uma oportunidade
que aparece. Mesmo com a pressão, muitas mulheres deixam o trabalho
em segundo plano para seguir o sonho de ser mãe.

“Acho que todas as mães que trabalham sofrem com essa responsabilidade. A consciência pesa quando você não está presente na hora da primeira palavra do filho, do primeiro gracejo, dos primeiros passinhos, o primeiro gol, o primeiro machucado, e quando você se dá conta o seu filho já está com dez anos, entrando na adolescência”, comentou Luci Laranjeira, que concilia o trabalho e a criação
de dois filhos. Para isso, ela teve que fazer um acordo com a empresa onde trabalha. “Eu trabalho cinco horas no escritório, que é o horário que
meus filhos estão na escola e quatro horas em home office (trabalho em
casa)” completa Luci.

Neste caso, ela teve a sorte e competência de ter conseguido fazer esse acordo e poder ver o crescimento e o desenvolvimento dos seus filhos. Mas, ao contrário dela, milhares de mulheres acabam tendo que escolher entre trabalhar, mas perder a infância do filho ou ficar em casa cuidando do
filho e estar presente nesta fase da vida dele, mas sem contribuir com as
despesas de casa.

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