Metodista nas competições de Londres
28/08/2012 10h34
Letícia, que nunca tinha pensado em virar atleta, orgulhosa de suas medalhas e na expectativa de novas. Foto: Israel Bumajny
Primeiro foram os Jogos Olímpicos. Agora, os Paralímpicos. Seja na cobertura das competições ou apoiando atletas, a Universidade tem marcado presença nesses eventos internacionais.
Nove alunos do curso de Rádio, TV e Internet fizeram parte do projeto Olympic News Chanell, em que trabalharam na redação em São Paulo, acompanhando a cobertura dos Jogos Olímpicos de Londres. A equipe, composta por 24 produtores multimídia de diferentes faculdades, foi responsável por editar e publicar os melhores momentos das competições e enviar para o Portal Terra, que fez a transmissão por um canal de satélite próprio.
Segundo o coordenador do curso, professor Marcelo Briseno, “esta iniciativa do Portal reconheceu a qualidade do curso de RTVI da Metodista, já que este projeto envolveu apenas um grupo seleto de instituições”. Ele ressalta ainda que, “para o aluno, foi uma oportunidade enriquecedora em que puderam fazer contatos com profissionais reconhecidos pelo mercado e mostraram seu talento”.
Luiza Santaella Vivaz Oliveira, do 6º semestre, afirma que em seu turno havia seis estudantes da Metodista e valida a experiência. “Aprendi bastante na parte de edição dos vídeos que exportamos para o canal.”
Esporte como meio de superação
Letícia de Oliveira Freitas, 17 anos, está indo para o 2º semestre de Psicologia, mas está pensando em trancar para voltar no outro semestre. Não por não estar gostando do curso, mas para poder se dedicar ainda mais à vida de atleta.
Aos sete anos, Letícia foi diagnosticada com uma doença degenerativa nos olhos e perdeu parte da visão. Agora, dez anos depois, ela disputará as Paralimpíadas de Londres, Inglaterra, pela seleção brasileira de natação.
A escolha se deu após o Circuito Caixa, que serviu como seletiva. Nesta competição, ela bateu três recordes brasileiros: 50 metros livres, 100 metros livres e 200 metros medley (em que o nadador pratica quatro séries de 50 metros com estilos diferentes).
Letícia foi descoberta em um centro de apoio ao deficiente visual em 2007, durante uma avaliação de rotina. O técnico Luiz Antônio enxergou na menina a possibilidade de uma atleta e a levou para fazer um teste.
De início, Letícia conquistou duas medalhas no Campeonato Regional de 2009 o que a motivou a aumentar os treinamentos, já com seu atual técnico, Felipe Moreno. O feito garantiu a convocação, no mesmo ano, para a seleção brasileira sub-21, para disputar o Pan-americano sub-21 na Colômbia. Resultado: três medalhas de prata e duas de bronze. “A partir daí peguei o gosto pela natação. Nunca tinha imaginado ser atleta”, conta Letícia.
“A cada dia o esporte me ajuda a superar os desafios”, garante a jovem, que atualmente faz parte da equipe Raia Olímpica, de São Bernardo do Campo, e treina na piscina da Academia-Escola da Metodista. “Com certeza ganhei mais autoestima, mais autoconfiança.” No final de junho, soube da convocação para disputar as Paralimpíadas. “Foi a melhor surpresa que já recebi.”
No dia da entrevista ao Jornal da Metodista, Letícia acabara de voltar de Berlim, Alemanha, onde quebrou outros três recordes – 100 metros borboleta, 100 metros livres e 200 medley no Swimming German Competition, conquistando uma medalha de ouro, uma de prata e duas de bronze. No dia anterior à entrevista, mais três medalhas: “Ontem foi o Campeonato Regional, três de ouro”, conta, orgulhosa.
“Meu sonho é ganhar uma medalha e eu vou para ganhar uma medalha nos 50 metros livres; nos 100 metros livres e nos 200 medley é pegar a final”, diz, sobre as expectativas para as Olimpíadas. “O esporte mudou totalmente a minha vida. É muito importante o deficiente se tornar atleta e a Metodista está sempre apoiando”, conclui.
Gabriela Rodrigues e Israel Bumajny