E a qualidade de vida? Onde fica?
20/12/2011 10h27
Lucas, aluno de Jornalismo, durante aula na piscina da Academia-Escola da Metodista. Foto: Gabriela Rodrigues
Estudos, estágio, atividade física, trabalho da faculdade, provas, encontro com os amigos, compromissos com a família. Quanto mais fazemos, mais coisas aparecem para fazer. Às vezes, é preciso pisar no freio e definir as prioridades.
Acordar às seis da manhã, se arrumar rapidamente para o trabalho e comer qualquer coisa antes de sair de casa apenas para não ficar com o estômago vazio e não sentir tanta fome até a hora do almoço. A correria se deve ao fato de ter ficado na cama até o último minuto na tentativa de conseguir descansar mais um pouco.
A próxima etapa é seguir em passos apressados até o ponto de ônibus para não perdê-lo e não chegar atrasado ao trabalho. O jeito é respirar fundo e arrumar algum canto que atrapalhe menos as pessoas que tiverem que passar, já que não há mais nenhum lugar vago.
Depois de um dia inteiro no escritório, mal conseguindo respirar por causa de tudo o que precisava ser feito, é hora de encarar mais uma vez o trânsito e a condução lotada. Desta vez para chegar até a faculdade e, com sorte, antes da aula começar. Um salgado tapeia a fome.
Por volta da meia noite, abre a porta de casa e passa na cozinha para ver o que tem para comer. Nesse horário, se satisfaz com qualquer coisa. Toma um banho e se joga na cama, torcendo para dormir logo e começar tudo de novo no dia seguinte...
A descrição acima é da rotina de um personagem hipotético, mas muito parecida com a de muitos jovens que trabalham e estudam, que gostariam de ter mais tempo para si mesmos, ter mais qualidade de vida.
Mas o que é qualidade de vida, afinal?
A vice-presidente de Projetos da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), Sâmia Simurro, diz que a instituição, “em sintonia com a Organização Mundial de Saúde, entende a Qualidade de Vida como um conjunto de percepções individuais, ou seja, a posição de cada indivíduo nas diferentes dimensões humanas.”
Essas diferentes dimensões humanas são tratadas pelo coordenador de Esportes da Metodista, Luciano Nardelli, como ‘tripé saúde’. De acordo com ele “é necessário existir um equilíbrio entre o bem-estar biológico, relacionado ao físico; o bem-estar psicológico e o bem-estar social.”
Embora Nardelli mencione a importância do bem-estar biológico, ele ressalta que “as pessoas se esquecem do lado social. Pensam que qualidade de vida está ligada apenas à prática de esportes. Às vezes, mesmo dentro de casa, as pessoas deixam de brincar com os filhos, não visitam parentes, não vão à casa dos amigos.”
Veja a situação pelo lado bom
Outro aspecto citado pelo professor da Faculdade de Administração e Economia, Miguel Maiorino, diz respeito à qualidade de vida ligada ao trabalho. Ele afirma que “embora não encontremos tantos lugares bons para se trabalhar, hoje os jovens olham para as empresas buscando isso também. Uma aluna comentou uma vez que ganha muito bem na empresa em que está, mas que as pessoas são exploradas e sempre lembradas quanto ao salário que recebem. Mas disse que não tem ninguém feliz lá.”
De acordo com o professor, muitas organizações “estão interessadas em proporcionar maior qualidade de vida aos seus funcionários, mas não sabem como fazer.” Daí a existência da ABQV, “fundada com o objetivo de desenvolver novos valores e crenças dentro dos ambientes de trabalho, estimulando a implementação de ações e programas que objetivem o bem-estar das pessoas”, afirma a vice-presidente de Projetos da associação, Sâmia Simurro.
No entanto, nem sempre os funcionários devem esperar por uma atitude da empresa. “Temos que decidir por ser feliz e fazer o possível para conseguir isso. No trabalho, devemos procurar os aspectos positivos. Por exemplo, o seu salário é pago em dia? Você tem amigos lá? É preciso criar coisas boas ou simplesmente tomar a decisão de ser feliz.”
O negócio é planejar e prevenir
Já reparou o quanto as pessoas se queixam de falta de tempo? Como conciliar estudos, trabalho, lazer e outras atividades? Para o professor Miguel Maiorino, é essencial planejar. “Não temos o hábito de fazer o planejamento da nossa vida, de estabelecer prioridades. Só revemos determinada coisa quando algo sério acontece e demanda nossa mudança.”
O coordenador de Esportes, Luciano Nardelli, cita como primeiro motivo que leva à procura pela prática esportiva a recomendação médica. Quando o médico diz que o metabolismo está alterado, que há um quadro de estresse ou um pré-diabete, é que as pessoas procuram a academia.”
Lucas Rodrigues, do 6º semestre de Jornalismo e estagiário da Redação Multimídia, não precisou chegar a esse ponto. Ele conta que “no colégio, tinha dificuldade com esportes coletivos e era sempre um dos últimos a ser escolhido. Achava que me daria mal em qualquer esporte.” No entanto, isso mudou quando estava ainda na 8º série e uma amiga o incentivou a nadar. Desde então, não parou mais. “Faço o máximo para não faltar. O corpo sente falta se eu ficar um dia sem nadar. Além de melhorar o meu bem-estar, melhorou também a minha autoestima.”
Defina as suas prioridades
“O nosso tempo ficou escasso”, afirma o professor Miguel Maiorino. Segundo ele, “a demanda do mundo atual é muito grande e a possibilidade de realização é maior do que era antes. Por isso, acredito que tenhamos que fazer um planejamento, pensar um pouco sobre a nossa vida e não parar para ver depois o que não deu certo.”
Para o docente, um dos motivos que levam às pessoas a não estarem bem consigo mesmas está em não colocarem em primeiro lugar o que de fato é importante. “Sofremos porque as prioridades acabam ficando para trás, como a nossa família e a nossa saúde”, diz.
Assim como Nardelli, Miguel enfatiza o bem-estar social do “tripé saúde”. “Não podemos deixar que o ritmo acelerado em que vivemos tome conta de nós. O nosso tempo é limitado e é muito curto. Por isso, temos que viver bem esse tempo e gostar do que estamos fazendo. É fundamental ter amigos, dar muita risada.” E finaliza, “não podemos esquecer de que nós somos as nossas decisões.”
Como ter mais qualidade de vida
- Pratique alguma atividade física: pelo menos duas vezes por semana, 15 minutos por dia
- Tenha hábitos saudáveis, como uma boa alimentação; evite o cigarro e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas
- Procure dormir de seis a oito horas por noite
- Planeje a sua vida, estabeleça prioridades, trace objetivos
- Tire um tempo para a sua família e seus amigos
Cuidando do seu bem-estar físico
Se a falta de tempo ou o custo alto de uma academia são motivos para você deixar de lado a prática de uma atividade física, saiba que na Metodista você conta com a Academia-escola. Os valores cobrados são menores do que os de outros lugares e, para quem quiser se mexer há diversas opções, como:
- Natação
- Jump
- Ginástica
- Pilates
- Dança do Ventre
- Musculação
A Academia-escola fica no Campus Rudge Ramos, atrás do Centro de Convivência, e funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 4366-5539 ou na secretaria.
Gabriela Rodrigues