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Dia internacional das pessoas com deficiência: um grito pelo respeito à dignidade humana de todos nós

01/12/09

01/12/2009 11h00 - última modificação 01/12/2009 11h04

“(...) não há, na realidade, nenhuma vida ‘reduzida’ ou ‘menos-válida’. Cada vida é, a sua maneira, vida divina, e como tal devemos reconhecê-la e respeitá-la.” Jürgen Moltmann

Na história social das “pessoas com deficiência”, localizamos modelos de inserção social marcados ora pelo assistencialismo caritativo, ora pela atuação clínico-terapêutica, o que ocasionou, sobre a vida destas pessoas, as marcas da segregação e exclusão e, por conseguinte, sua invisibilidade social. No dia 03 de dezembro, somos todos convidados a refletir sobre como estamos trabalhando para romper este ciclo de exclusão.

O rompimento do histórico de segregação e exclusão parece ser vislumbrado com o paradigma da inclusão, onde as pessoas com deficiência ganham visibilidade e as incapacidades são compartilhadas com a sociedade (ONU, 1990) no sentido da superação das barreiras (arquitetônicas, comunicacionais, atitudinais, etc.) impostas às mesmas.

O texto-base da Campanha da Fraternidade, de 2006, faz algumas denúncias bastante relevantes para os que pretendem contribuir na construção de uma sociedade para todos, tais como:

Cabe denunciar o sentimentalismo e a piedade estéril, o paternalismo manipulador, a cultura do corpo perfeito, os estigmas sociais e rótulos e, principalmente, a tendência ao saneamento da espécie humana e o eugenismo mascarado na rejeição das pessoas com deficiência. A exclusão daqueles que não são “tecnicamente” perfeitos, daqueles que são considerados “inviáveis” numa sociedade de fortes, saudáveis e competitivos, a pretensão da espécie humana pura, sem defeitos, fragilidades ou fraquezas, já deu origem a horrendos crimes contra a humanidade.

Rejeitar a máxima do ser humano perfeito é um dos caminhos para a superação dos estigmas e objetivações impostos às pessoas com deficiência. Falamos, portanto, do respeito à dignidade humana de todas as pessoas nos termos da aceitação da vulnerabilidade de todos nós.

Enfim, o paradigma da inclusão nos desafia a uma conversão de olhares: do foco na deficiência para o foco nas habilidades humanas e nas incapacidades compartilhadas socialmente. O que exige de todos nós a construção das condições de acesso e permanência das pessoas com deficiências nos diversos espaços sociais. Aponta-se, portanto, para dignidade de cada pessoa nos termos dos direitos humanos universais.

Elizabete Cristina Costa-Renders, assessora pedagógica para Inclusão da Universidade Metodista de São Paulo


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