De jornalista a pesquisadora, Graça Caldas se consolida como um dos principais nomes da comunicação brasileira
Por Mônica Miliatti
No último mês de outubro, a jornalista e pesquisadora Graça Caldas recebeu da SBP JOR (Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo) o Prêmio Adelmo Genro Filho, como “Pesquisadora Sênior”. A indicação foi feita por professores e pesquisadores da área de jornalismo, colegas de Graça.
Este prêmio é uma honra na carreira de Graça, que tem como marcas a honestidade intelectual, a competência como pesquisadora, além da generosidade com alunos, orientandos e colegas da área acadêmica. Nas palavras de Graça, esse é o prêmio mais importante que ela já recebeu na área de Jornalismo e é a consolidação de um grande nome da comunicação brasileira.
Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, a história de Graça com o jornalismo, começa um pouco antes, em 1969, como repórter e assessora de imprensa. Atuou em diversos veículos de comunicação, como a TV Globo, Folha de S. Paulo e assessorias de imprensa da Prefeitura de Campinas e UNICAMP (Universidade de Campinas), Graça demonstra paixão pela profissão que exerce há mais de 40 anos. “Tenho paixão pela área. Acho que é uma das mais nobres e difíceis de ser exercida com seriedade e competência”, afirma.
Para Graça, jornalismo é jornalismo, E não importa a vertente em que se trabalha. Com sua experiência como relações públicas, jornalismo de redação e assessoria, a motiva a acreditar que a discussão acerca do que é ou não jornalismo é ultrapassada. A pesquisadora analisa que não importa o lado em que o profissional atua. “Somos todos jornalistas, mesmo que temporariamente estejamos trabalhando para diferentes veículos, empresas ou instituições. Não podemos ser ingênuos de achar que os interesses não estão presentes em cada uma dessas atividades. Saber lidar com esta realidade de forma honesta, ética, com princípios, coerência, é importante”.
Dividida entre o lado mercadológico e acadêmico da profissão de jornalista, Graça acredita ser necessário ter a força e a sagacidade de um repórter à necessidade de uma formação de qualidade. Para a pesquisadora, uma visão aguçada de mundo, unida a educação e cidadania são imprescindíveis para a formação de um bom profissional.
A jornalista-pesquisadora iniciou na carreira docente na década de 80 na PUC de Campinas (SP). É mestre pela Umesp e doutora pela USP, lecionou nos cursos de Comunicação Jornalística da PUC-SP, além de ter exercido os cargos de coordenadora de Jornalismo e diretora Faculdade de Jornalismo e Relações Públicas (antiga Fajorp) da Metodista de São Paulo e ter sido docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Umesp, orientando muitos mestres e doutores.
Como professora e pesquisadora, possui muitos admiradores que se encantam com seu jeito especial de dar atenção e exigir o melhor dos alunos. Para ela, a troca entre docentes e discentes possibilita um grande aprendizado, que aprimora o desafio de continuar sempre na ativa. “É um desafio de aprendizado e respeito mútuo. A possibilidade de manter-me em permanente conexão com o mundo do trabalho e da pesquisa”.
Atualmente, Graça Caldas está vinculada ao Programa de pós-Graduação e Divulgação Científica e Cultural do Labjor (Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo)/IEL (Instituto de Estudos e Linguagem) Unicamp.