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Denis Ruellan

Por Zélia Leal Adghirni ¹ (UnB)

Denis Ruellan: Entre ciência e afetos - Três gerações de laços com o Brasil

A presença de Denis Ruellan, jornalista, professor e pesquisador, entre os intelectuais franceses contemporâneos que passaram a exercer uma forte influência sobre a pesquisa brasileira em jornalismo nos últimos anos, é resultado de uma trajetória humana e intelectual de três gerações que unem a família Ruellan ao Brasil: o avô, Francis Ruellan, geógrafo e professor na então Universidade do Rio de Janeiro, chefe da expedição Djalma Poli Coellho (1947) para escolher o lugar onde seria construída a futura capital do Brasil; o pai, Alain Ruellan, agrônomo, que passou parte da infância no Rio e que, depois de adulto voltou para trabalhar no Norte do País em projetos de cooperação para o desenvolvimento e, finalmente, o neto, Denis Ruellan, que herdou da família o interesse pelo Brasil e por aqui se aventurou como repórter aos 21 anos de idade, em plena ditadura militar, e acabou preso em Goiânia.

A partir do ano 2000, Denis voltaria, mas, desta vez, como professor convidado da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB). Nesse contexto, ele imprimiria sua marca autoral ao expor e explorar novas fronteiras do pensamento no campo do jornalismo. Desde então, sua participação em eventos científicos, em publicações acadêmicas e na orientação de teses fazem do professor um nome de referência no mundo da pesquisa atual em jornalismo.

Alguns dos conceitos elaborados pelo autor são hoje retomados e citados por muitos pesquisadores. Por exemplo, é a Ruellan (1993; 1994; 1997; 2004) que se deve a adaptação do conceito de fronteira, trazido da geografia para o campo de jornalismo. É dele também a expressão “o profissionalismo doflou”, quando ele explica que o jornalismo é uma profissão turva, sem contornos fixos.

As origens brasilienses e as fronteiras do jornalismo
Denis Ruellan nasceu em Oujda, Marrocos, em 21 de janeiro de 1960, onde a família residia cumprindo programa de cooperação internacional entre os governos francês e marroquino. Passou parte da infância no país árabe, mas realizou os estudos básicos e superiores na França.
Muitos anos antes de seu nascimento, porém, Denis teve suas raízes fincadas em solo brasileiro.

Tudo começou com o avô Francis Ruellan, que desembarcou com a família no porto do Rio de Janeiro em março de 1941. Ele havia começado sua carreira de geógrafo universitário no Japão, nos anos 1920. Como era de costume naquela época, Francis era também oficial de reserva do exército e, por isso, foi nomeado em 1940 para o posto de adido militar da França na América Central e norte da América do Sul. Mal tinha começado sua missão quando estourou a Segunda Guerra Mundial e a França foi ocupada pela Alemanha.

Recusando-se a “prestar serviço ao governo colaboracionista de Vichy”, Francis decidiu ficar no Brasil com toda a família, incluindo a babá bretã que cuidava das crianças. Graças a sua reputação internacional como geógrafo, foi convidado para lecionar na Faculdade de Filosofia do Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1956, “tendo encontrado no Brasil uma terra acolhedora para seu temperamento aventureiro, seu gosto científico pelo trabalho de campo e sua capacidade de pedagogo”, escreveram Alain e Denis sobre Francis.

Durante os 15 anos que permaneceu no Brasil com a família, Francis Ruellan realizou várias missões para o Conselho Nacional de Geografia. A expedição de 1947, embora curta, foi marcante para sua carreira, pois tratava-se de indicar o local para a instalação da futura capital federal. Embora não tenha sido este o projeto escolhido (foram feitas onze proposições e a escolhida foi a de número 2), os documentos da expedição deixam claro que Francis estava inclinado pela instalação da capital no Planalto Central, onde efetivamente foi construída Brasília.

A descendência de homens ligados à terra (avô geógrafo e pai agrônomo) talvez tenha influenciado sua contribuição teórica ao explicar o extravasamento do campo do jornalismo para outros campos do saber.

O conceito de fronteira aplicado ao jornalismo foi importado da Geografia Humana por Denis Ruellan ao analisar o processo de ocupação agrícola e urbana na Amazônia brasileira. Segundo o autor, fronteira não é o limite formal de um território, de um grupo social, ou de um Estado, mas um novo espaço a ser conquistado e ocupado.

O autor desenvolveu essa ideia a partir de suas viagens a Amazônia nos anos 1990, como repórter do canal franco-alemão ARTE, acompanhando uma equipe de pesquisadores que estudavam o processo de colonização da região . Segundo Denis, num espaço profissional saturado, seria normal que os trabalhadores procurassem terras virgens e expandissem o território de suas fronteiras ocupacionais.

Citando Luc Boltanski, Bucher e Strauss , Ruellan diz que as fronteiras entre os grupos não são naturais e um grupo constituído por agregação em torno de um pólo de atração não tem outros limites a não ser a zona de incerteza onde se sente a atração de outros pólos. Como produto de um ato jurídico que objetiva e institucionaliza uma situação de relações sociais, as fronteiras contribuem para criar as diferenças objetivas que justificam seu traçado. Para que este espaço definido seja preservado, afirma Ruellan, é preciso impedir o ingresso dos “intrusos”. Neste sentido, o nascimento de uma profissão e seu reconhecimento pela coletividade deve-se, em primeiro lugar, à sua capacidade de definir um território e gerir a relação com grupos concorrentes.

O conceito de expansão das fronteiras profissionais foi adaptado pelo jornalista Francisco Sant’Anna em sua tese de doutorado para explicar o perfil da comunicação institucional brasileira, majoritariamente composta por jornalistas e não por relações públicas e publicitários, como em outros países; e o surgimento de um “intruso” no cenário jornalístico brasileiro, fenômeno que ele designa como “mídia das fontes”, que seria o resultado do processo de expansão da fronteira profissional do jornalismo no Brasil. O pesquisador brasileiro aponta a existência de meios de comunicação mantidos e operados por atores sociais, outrora percebidos como fontes de informação, que hoje produzem e divulgam notícias para influenciar diretamente o espaço público, sem intermediação da mídia convencional. Eles atuam dentro de um território profissional com rotinas e valores semelhantes aos da mídia comercial, mas se identificam com valores corporativos das fontes para quem trabalham. Ele cita como exemplo as rádios comunitárias mantidas pelo Movimento dos Sem Terra (MST), os veículos de comunicação pertencentes às confissões religiosas e, sobretudo, as mídias do Poder Legislativo, Câmara dos Deputados e Senado Federal, que analisou exaustivamente. Segundo o autor, os jornalistas e suas entidades representativas não se opuseram a construção deste novo território demarcado e ocupado no processo de transformação da comunicação institucional brasileira em um perfil altamente jornalístico. As mídias das fontes são uma consequência desta ocupação.

Jornalista, professor e pesquisador
Denis ingressou na universidade para fazer estudos de História, mas foi um período de curta duração. Pouco tempo depois, decidiu seguir a carreira de jornalista, tendo exercido as funções de repórter e editor em diversos jornais, revistas e televisão francesa.

Nos anos 1970, retornou à universidade e optou pela vida acadêmica. Fez doutorado na Universidade de Rennes 2 sob orientação de Armand Mattelart, intelectual belga bastante alinhado com a América Latina, sobretudo durante o governo de Unidade Popular de Salvador Allende no Chile, onde trabalhou com a esposa, Michelle Mattelart.

Como docente, Denis lecionou, a partir do final dos anos 1990, no Instituto Universitário de Tecnologia (IUT) de Lannion, onde exerceu também a função de diretor do centro de estudos de Jornalismo daquela unidade. Atualmente é pesquisador e diretor adjunto do Centro de Pesquisa sobre a Ação Política na Europa (Centre de Recherchesurl’Action Politique em Europe, CRAPE/CNRS) e integra desde o ano passado a equipe docente do CELSA, escola de alto nível em estudos de jornalismo e comunicação (Paris/Sorbonne).

Jornalista e professor, entre a militância política e a pesquisa acadêmica, Denis Ruellan tem dezenas de artigos publicados em diversas revistas científicas, vários capítulos de livros e obras individuais (ver principais produções bibliográficas no final deste artigo), um dos quais chamado Brésil, em co-autoria com o pai, Alain Ruellan. Mas foram os trabalhos de pesquisa que fizeram dele uma importante referência na área da comunicação com foco na sociologia profissional do jornalismo. O pesquisador também publicou artigos científicos em periódicos brasileiros e participou de congressos e seminários no Brasil, onde se destacou pelas conferências de vanguarda na área de jornalismo. Seus trabalhos foram difundidos na área e muitos dos conceitos elaborados pelo autor são hoje retomados e citados por muitos pesquisadores.

Toda a obra do autor é perpassada por sua atuação tanto pelo lado da carreira profissional (membro da comissão que designa e autoriza carteiras profissionais para jornalistas) como na área acadêmica, enquanto docente e pesquisador.

A participação de Denis Ruellan em atividades acadêmicas brasileiras tem início em 2001, com a assinatura de um convênio entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade de Rennes 1 (na qual se vincula o IUT de Lannion), para o intercâmbio de professores, alunos e pesquisas. Apesar de ser um acordo amplo de cooperação bilateral entre as partes, o texto previa uma exclusividade para alunos de Jornalismo matriculados na Faculdade de Comunicação. Nos últimos dez anos, cerca de vinte estudantes de jornalismo, em nível de graduação, e outros cinco de pós-graduação, já fizeram o caminho para estudar jornalismo no IUT de Lannion, e mais de uma dezena de jovens franceses, em sentido inverso, vieram estudar jornalismo na UnB, num processo de intercâmbio em fluxo contínuo que pode ser considerado um dos maiores êxitos internacionais, muito anos antes do programa governamental Ciências sem Fronteiras.
Os contatos institucionais geraram possibilidades de estágios para alunos brasileiros no mercado de jornalismo francês e, do outro lado, algumas experiências para graduandos franceses na mídia brasileira. Visto a dificuldade da língua, os alunos estrangeiros encontraram mais obstáculos para escrever ou produzir matérias nos veículos brasileiros. O que não desvaloriza o aprendizado de imersão na cultura brasileira num período de dois semestres, que embora curtos, rendem projetos futuros de retorno em pós-graduação e alguns casamentos bi-nacionais.
Um pós-doutorado, um doutorado pleno, dois doutorados sanduíches e um doutorado em co-tutela foram realizados em co-orientação com Denis Ruellan. Em 2007, a tese de doutorado do brasileiro Francisco Sant’Anna, defendida na Universidade de Rennes, tendo por tema as mídias do poder legislativo no Brasil, recebeu do Senado francês o prêmio de melhor tese.

Os doutores brasileiros titulados pela Universidade de Rennes 1 são atualmente membros de equipes internacionais de pesquisa, continuam atuando em eventos científicos internacionais e publicam artigos em conceituados veículos de produção acadêmica.

Durante esse período, o professor Denis realizou vários seminários e conferências na Faculdade de Comunicação, abordando temas relativos à sua pesquisa sobre as mutações no jornalismo, as inovações tecnológicas e os impactos sobre o perfil e a identidade profissional.

Os encontros e debates em torno do tema, instigados por Ruellan, levaram a linha de Pesquisa Jornalismo e Sociedade, do Programa de Pós Graduação em Comunicação da UnB, a criar um núcleo de estudos ligado ao grupo de Rennes, registrado no Diretório dos grupos de pesquisa do CNPq com a denominação Sojor (Sociedade e Jornalismo). Este núcleo evoluiria mais tarde para o grupo Mejor (Mudanças Estruturais no Jornalismo), termo inspirado nos trabalhos dos pesquisadores canadenses Jean Charron e Jean de Bonville, em sua obra Nature et Transformations du Journalisme. Dois livros coletivos foram depois organizados pelo Mejor como resultado das pesquisas internacionais do grupo: Le Journalisme em Invention e Figures du Journalisme - Brésil, Bretagne, France, La Réunion, Mexique, Quebec.

O Mejor cresceu e se expandiu além das fronteiras de Brasília. Já foram realizados três colóquios internacionais que contaram com a participação de pesquisadores de sete países e renderam publicações de alto nível na área dos estudos de jornalismo.

A mais recente contribuição do Mejor à pesquisa internacional é o livro editado simultaneamente no Brasil e na França: Changements et Permanences du Journalisme/Mudanças e Permanências do Jornalismo. Na edição francesa (L’Harmattan ), a organização da obra é creditada a Denis Ruellan e Florence leCam, com a colaboração de Fábio Henrique Pereira, Dione Oliveira Moura e Zélia Leal Adghirni.

No caso da edição brasileira, o livro é o primeiro volume da série Jornalismo e Sociedade (UnB/Insular), e foi organizado por Dione Oliveira Moura, Fábio Henrique Pereira e Zélia Leal Adghirni, com a colaboração de Florence leCam e Denis Ruellan.
A obra expõe a contribuição de pesquisadores da América Latina e de países de língua francesa (França, Canadá e Bélgica) na pesquisa sobre mudanças estruturais no jornalismo a partir dos trabalhos apresentados durante o I Colóquio Mejor no âmbito da Rede de Estudos sobre o jornalismo (REJ).
www.surlejournalisme.com.

A Rede de Estudos de Jornalismo (REJ) nasceu no final dos anos 1990, quando Denis teve a iniciativa de reunir e organizar pesquisadores de horizontes diferentes para estudar as transformações na produção e na difusão da informação em nível local e regional ligadas ao desenvolvimento da internet numa primeira fase. Essa etapa dava continuidade à primeira fase de um estudo sobre a profissionalização do jornalismo na França (1997). Mais tarde o grupo agregou novos laboratórios que se lançaram no estudo sobre os processos diferenciados de informatização das redações na imprensa local e seus efeitos sobre as práticas e sobre a identidade profissional dos jornalistas.

A Rede nascia com a originalidade de ser internacional, cooperativa e francófona com o objetivo de estudar conjuntamente e, num tempo relativamente curto, fenômenos relevantes cuja observação e análise demandam meios muito importantes e inacessíveis à maioria dos pesquisadores.

Com uma vasta e rica produção bibliográfica na área de jornalismo, que não se restringe ao espaço francês, Denis Ruellan expande as fronteiras das pesquisas em jornalismo para realidades que vão além do espaço da francofonia. O jornalismo se torna objeto singular de estudos que envolvem também a América Latina e suas expressões linguísticas. É possível ler artigos originais em português e espanhol, além do francês e do inglês na página da REJ. Revelar trabalhos de pesquisadores brasileiros para a pesquisa internacional sobre jornalismo talvez seja a maior contribuição de Denis Ruellan para o conhecimento do pensamento brasileiro em Comunicação.

A seguir, selecionamos uma lista de títulos de obras individuais ou coletivas do autor e os principais artigos publicados em veículos científicos.
Mais informações podem ser obtidas na página oficial de Denis Ruellan.
http://www.denis-ruellan.fr

Principais publicações do autor

Brasil (em português)
Ruellan, Denis.A roupa justa do jornalista: o estatuto profissional à prova da jurisprudência( 2004)
Texto apresentado no XII Encontro Anual da Associação Nacional de Programas de Pós Graduação em Comunicação – Compós – São Bernardo do Campo
Ruellan, Denis. Corte e Costura no Jornalismo. Líbero, vol. 9, nº18 /2006

França ( em francês)
Le journalisme défendu. Modèles de l’action syndicale, Presse universitaire de Rennes, 155 pages, 2014.
Nous, journalistes. Déontologie et identité, Presses universitaires de Grenoble, 252 p. 2011.
Le journalisme ou le professionnalisme du flou, Presses universitaires de Grenoble, 232 pages, 2007.
Devenir journalistes. Sociologie de l’entrée sur le marché du travail, La Documentation française, 2001 (avec D. Marchetti), 165 p.
Journal local et réseaux informatiques. Travail coopératif, décentralisation, identité des journalistes, L'Harmattan, 1998 (avec D. Thierry), 208 p.
Les "pro" du journalisme. De l'état au statut, la construction d'un espace professionnel, Presses universitaires de Rennes, 1997, 172 p.
Les journalistes. Stars, scribes et scribouillards, Syros, 1994 (avec J-F. Lacan et M. Palmer), 278 p..
Le professionnalisme du flou. Identité et savoir-faire des journalistes français, Presses universitaires de Grenoble, 1993, 240 p.
Reporters, le voyage Afghanistan, Syros, 1992 (photos P. Pugin), 84 p.
Les pionniers de l'Amazonie, Syros, 1992 (avec P. Hamelin), 84 p.
Le Brésil, Karthala, 1988 (avec A. Ruellan), 210 p.

Organização de obras coletivas e revistas
Changements et permanences du journalisme, L’Harmattan, 2014 (dir avec F. Le Cam).
Journalistes engagés, Presses universitaires de Rennes, 2010 (dir. avec S. Lévêque).
« Les journalistes spécialisés », Réseaux, n°111, 2002 (dir. avec E. Neveu, R. Rieffel).
Inform@tion.local Le paysage médiatique régional à l'ère électronique, Paris, L'Harmattan, avril 2002 (dir avec B. Damian, R. Ringoot, D. Thierry), 308 p.
Presse à scandale, scandale de presse, L'Harmattan, 2001 (dir. avec C. Delporte et M. Palmer), 2001, 267 p.

Principais artigos em revistas internacionais:

« La commission arbitrale, l’invention du paritarisme dans le journalisme », Le Temps des médias, n°19, 2012, pp 205-219.
« Presse régionale et multisupports : les petits pas de géants », TIC et société, n°6, 2012, pp 56-71 (avec J. Langonné).
« Flou, invencion y ordinariodel periodismo » , Comunicacion y Sociedad (Mexique), n° 8, juilio- diciembre 2007, pp 113-129.
« Journalism as a permanent and collective invention » , Brazilian Journalism Research, Vol 3, n°2, 2007, pp 67-76 (avec R. Ringoot).
« La routine de l’angle » , Questions de communication, n°10, 2006.
« Expansion ou dilution du journalisme ? » , Les enjeux de lʼinformation et de la communication, http://www.u-grenoble3.fr, juin 2005.
« Le journalisme du coin du feu », Recherches en communication, n°20, 2004 (avec Y. Rochard).
« Les journalistes contre leur formation ?“ , Hermès (CNRS), 2003 (avec N. Pelissier).
« La presse quotidienne régionale est-elle bousculée par l’Internet », Médiamorphoses, INA, 2002.
« Socialisation des journalistes entrant dans la profession » , Quaderni, 45, 2002.
« Une médiation pour une médiatisation », Hermès (CNRS), n°21, 1997.
« Groupe professionnel et marché de travail du journalisme » , Réseaux, n°81, janvier 1997.
« Pratiques journalistiques et commémoration », Recherches en communication (UCL-Belgique), mai 1995 (avec B. Grevisse).
« Le journalisme territorial », Médiaspouvoirs, juillet 1994 (avec M. Grimault & Y. Rochard).
« Technicité intellectuelle et professionnalisme des journalistes » , Réseaux, n°62, novembre 1993 (avec G. Cornu).
« Le reporter et son public », Médiaspouvoirs, n°29, janvier 1993.
« Journalisme : rencontres avec la recherche », Médiaspouvoirs, n°28, octobre 1992.
« Reporters : les disciples de Zola », Médiaspouvoirs n°25, janvier 1992
« Le professionnalisme du flou », Réseaux, n°51, janvier 1992. – Traduction : « An undefined profession. The issue of professionalism in the journalistic milieu », Réseaux – The French Journal of Communication, vol.1 N°2, Autumn 1993.

 

¹ Jornalista e doutora em Ciências da Informação e da Comunicação pela Universidade Stendhal, Grenoble 3, França. Pós-doutoramento na Universidade de Rennes 1, França (2000). Professora associada da Universidade de Brasília (UnB), onde lecionou durante 23 anos. Recebeu em 2014 o prêmio Adelmo Genro Filho de Maturidade Acadêmica. zeliadghirni@gmail.com

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