Fórum
Blog vocacionado para debater, em fluxo contínuo, oportuno e estratégico, questões candentes do Brasileirismo Comunicacional, detonando as muralhas do Gueto Acadêmico, no sentido de refletir o ponto de vista do Grupo Comunicacional de Grupo Comunicacional de São Bernardo e fomentar nossa inserção na blogosfera.
Editores: Eduardo Gurgel, Rosemary Bars, Fabio Corniani
N. 1 – Porque me ufano (ou não) de ser Brasileirista*
Manoel Carlos Chaparro (Portugal)
Jean Charles Zozzoli (França)
Ofélia Torres Morales (Peru)
Alberto Efendi (Equador)
Eduardo Vizze (Argentina)
*Brasileirista
“brasileiro de carteirinha”; portador de documento que atesta a cidadania brasileira do imigrante voluntário; estrangeiro que transfere sua residência para o Brasil, legalizando sua naturalização.
2 – Aventuras de 5 Brasileirantes destemidos
Maria Inês Amarante (Timor Leste)
Ruth Penha Alves (Equador)
Denis Rennó (Colombia)
José Luis Proença (Japão)
Maria das Graças Targino (Espanha)
Brasileirantes
Brasileiros ou brasileiristas que se tornam arautos do Brasil pelo mundo afora; novos bandeirantes que abrem caminhos para divulgar o Brasil no exterior, ministrando cursos, proferindo palestras ou concedendo entrevistas à mídia.
3 – Brasilianistas que assimilaram o “jeitinho brasileiro” de viver (ou sobreviver) nos “tristes trópicos” (de Levi-Strauss), na “ terra dos contrastes” no “país do futuro” (de Stefan Zweig)
Isabel Ferrin Cunha(Portugal)
Maria Helena Hermosília (Chile)
Alfonso Gumucio Dargon (Bolivia)
Brasilianista
Estrangeiro que se dedica ao estudo do Brasil: povo, sociedade e instituições; especialista em temas brasileiros qe atua na universidade, serviço público ou instituições midiáticas.
Brasileirismo Comunicacional: Texto, pretexto e contexto
Introdução
Prolegômenos utitaríssimos
José Marques de Melo
Pretexto:
Verbetistas de todos os quadrantes, uni-vos ! (ou)
Quem tem medo dos neologismos?
Referencial indispensável à coexistência interdisciplinar, as anotações a seguir apresentadas pretendem facilitar o trabalho de autores, revisores e usuários dos verbetes constitutivos desta obra enciclopédica.
Trata-se de aventura intelectual que me tem fascinado desde os tempos de estudante de graduação, quando tive consciência da Babel terminológica em que estava me embrenhando, numa área cognitiva em processo de constituição.
Conclui o bacharelado em Jornalismo atônito e confuso, verificando que o linguajar empregado pelos meus professores das disciplinas “básicas” diferia, quando não divergia, dos significados implícitos no conteúdo das matérias “técnicas”, produzindo calafrios cognitivos.
Minha angústia cresceu durante a pós-graduação, particularmente no doutorado, ao perceber que me deparava com uma esfinge político-ideológica e não com uma simples charada lingüístico-literária. Ingressava, portanto, no território controverso dos Neologismos, cujo equacionamento pressupõe universalizar procedimentos narrativos, para prevenir os ruídos ensurdecedores que tornam impossível a cooperação internacional em campos acadêmicos emergentes.
No caso particular do Brasil, onde as aparências enganam, vigora um aparato de gestão estatal de corte republicano, regulado pela Constituição cidadã, democraticamente aprovado pelo parlamento, mas as relações de poder, no interior da máquina gerencial, permanecem intocadas, favorecendo.
Assim sendo, as ciências da comunicação enfrentam poderosa barreira cognitiva. Percorrendo o “calvário” institucional decorrente do “coitadismo” que “castra” a inventividade dos jovens pesquisadores, criam-se conflitos insanáveis, num país como o nosso, onde “manda” quem pode e “obedece” quem tem juízo.
Avaliados no “balcão” das agências de fomento pelos consultores científicos que reproduzem os critérios erigidos por funcionários da geração Sucupira, a nova geração fica manietada, sendo induzida a praticar o mimetismo argumentado como “vacina” preventiva ao cultivo da “endogenia” .
Criadores da “divisão de trabalho” vigente no território soft das Humanidades, tais servidores aceitaram sem pestanejar, a inclusão da nossa área na “vala comum” das “ciências sociais aplicadas”, sem levar em consideração sua natureza acadêmica que mescla ciência, arte e tecnologia.
As normas estabelecidas para avaliar os projetos de pesquisa que demandam recursos públicos “ inviabilizam” os projetos holísticos que procuram sintonia com o referencial cognitivo internacional, mas não aceita ficar manietado ao desprezar o conhecimento plasmado pela tradição nacional.
Desta maneira, em mutirão de voluntários como o que dá sustentação motivacional a este projeto, uma das poucas alternativas existentes para não perder de vista a criatividade, é exploração dos neologismos, como está explícito no glossário seguinte.
Subtexto:
Glossário essencial
Brasileirismo
Originalmente usada para designar os modismos introduzidos na língua portuguesa vigente no Brasil, a palavra foi legitimada para significar a área de estudos brasileiros no mundo acadêmico.
Brasileiríssimo
Ícone da sociedade brasileira em conjuntura delimitada pelo tempo; personalidade representativa da identidade brasileira num dado momento histórico.
Brasilianista
Estrangeiro que se dedica ao estudo do Brasil: povo, sociedade e instituições; especialista em temas brasileiros qe atua na universidade, serviço público ou instituições midiáticas.
Brasílico
Precursor do Brasileirismo Comunicacional. Intelectual visionário, que atua no “adiantado da hora”.
Brasileirista
“Brasileiro de carteirinha”; portador de documento que atesta a cidadania brasileira do imigrante voluntário; estrangeiro que transfere sua residência para o Brasil, legalizando sua naturalização.
Brasileiraço
Neo-brasileiro porreta como se diz na linguagem popular da Bahia; estrangeiro que exibe provas constantes da sua aculturação, procurando demonstrar que é mais brasileiro do que os cidadãos nativos.
Brasileirantes
Brasileiros ou brasileiristas que se tornam arautos do Brasil pelo mundo afora; novos bandeirantes que abrem caminhos para divulgar o Brasil no exterior, ministrando cursos, proferindo palestras ou concedendo entrevistas à mídia.
Brasilógrafos
Estudiosos dos assuntos brasileiros que colhem dados e produzem narrativas de interesse público.
Brasiliógrafos
Especialistas em bibliografia de referência para os estudos brasileiros.
Brasilianautas
Pesquisadores de assuntos brasileiros que assumem posições de vanguarda, pilotando “naus” didáticas ou midiáticas que potencializam a presença brasileira na aldeia global.
Brasiloníricos
Estudiosos de problemas brasileiros que sonham com as imagens do “Brasil potência” , resgatando a promessa do Brasil como “País do Futuro”.
Brasiliantes
Jovens que iniciam seu aprendizado em estudos brasileiros, geralmente como bolsistas de iniciação, monitores didáticos ou supervisores de equipes estudantis em laboratórios ou agências experimentais.
Fazer a cabeça
Expressão corrente nos cultos afro-brasileiros, significa convencer, moldar comportamentos, formar atitudes, guiar o pensamento, iluminar a compreensão do cotidiano.
Idade Mídia
Metáfora que corresponde ao período contemporâneo da História, quando os meios de comunicação se convertem em “extensões“ do homem; herança do arsenal de neologismos criados por Marshall McLuhan para o inglês norte-americano e adaptados para o português brasileiro, a História possui três períodos cujos marcos são definidos pelos processos comunicacionais: Idade Mítica (período da Humanização), Idade Média (período da Socialização) e Idade Mídia (período da Civilização).
Contexto
Quem pode “fazer a cabeça” de autores e leitores?
1.Obras gerais
Hobsbawn, Eric
1998 – Sobre História, São Paulo, Cia. Das Letras
Hobsbawn, Eric e Ranger, Terence
1997 – A invenção das tradições
Magnoli, Demetrio
1996 – O mundo contemporâneo, São Paulo, Moderna
2. Brasilianismo
Barbosa, Francisco de Assis
1969 – Apresentação, In: Skidmore, Thomas - Brasil: de Getúlio a Castelo. Rio de Janeiro, p. 1-20
Bom Meihy, José Carlos
1990 – A Colônia Brasilianista, História Oral de Vida Acadêmica.
São Paulo, Nova Stella
DaMatta, Roberto
2015 – Brasileirismos: além do Jornalismo, aquém da Antropologia e quase ficção, Rio de Janeiro, Rocco
Feres Jr., João
2005 – A História do Conceito “Latin America” nos Estados Unidos
Bauru, EDUSC
Freyre, Gilberto
2010 – O escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX,
4ª. ed. Global
Gastaldi, Edison
2003 – Pátriaa, Chuteiras e Popaganda, São Paulo, AnaBlume
Kawamura, Lili
2003 – Para onde vão os Brasileiros ?, 2ª. ed., São Paulo, EdUNICAMP
Resende, Enio
2001 – Chega de Ser o “País do Futuro”, São Paulo, Mescla
Ribeiro, Hélcion
1994 – A identidade do Brasileiiro, Petropolis, Vozes
Rother. Larry
2007 - Deu no New Yoirk Times - O Brasil segundo a ótica de um repórter do jornal mais influente do mujndo, São Paulo, Objetiva
Skidmore, Thomas
1969 – Brasil: de Getúlio a Castelo. Rio de Janeiro
1970 - Preto no Branco: Raça e Nacionalidade no Pensamento Brasileiro, Rio de Janeiro
Tota, Antonio Pedro
2000 – O imperialismo sedutor, São Paulo, Cia. Das Letras
2014 – O Amigo Americano: Nelson Rockfeller e o Brasil, São Paulo, Cia das Letras