Você está aqui: Página Inicial / Backup / Antologia / FRANCISCO, o protagonista que usa o jornalismo para mudar o catolicismo e influenciar o mundo

FRANCISCO, o protagonista que usa o jornalismo para mudar o catolicismo e influenciar o mundo

M.C.Chaparro

Para a sua primeira viagem internacional, o primeira recado de cristianismo franciscano foi dado ainda em Roma. Ao embarcar no avião que o trouxe ao Brasil, Francisco subiu as escadas levando consigo, na mão esquerda, a pasta de objetos e papeis pessoais. Por coincidência, ou intencionalmente, o uso da mão esquerda favoreceu a captação da cena pelas câmeras de TV. E essa foi a imagem que marcou a cobertura jornalística do embarque de Francisco para o Brasil.

Francisco, o papa que esta semana, nas ruas e pela televisão, sorri aos brasileiros, sabe o que diz quando faz, para o registro de câmeras conectadas a redes globalizadas. E sabe também o que faz, quando diz aos microfones que lhe garantem plateias universais. Por isso, recomendo aos profissionais e aos estudiosos de jornalismo que acompanhem atentamente gestos, atos e falas do papa, nos cinco dias em que ainda permanecerá no Brasil.

Atenção, em especial, aos pequenos gestos e às atitudes de simpatia e cordialidade com as pessoas, que sempre virão com o encanto da espontaneidade. E certamente serão frequentes, com recheios discursivos de fortalecimento da ideia de um cristianismo franciscano, sustentado não em normas, mas em valores – valores que no próprio papa se manifestam com surpreendente visibilidade, como a Simplicidade, a Modéstia, a Solidariedade, a Humildade, a Fraternidade, o Amor, o Respeito à Dignidade aos que mais precisam e mais sofrem. E a Fé que vislumbra Deus nas pessoas.

Enfim, um cordão de valores costurado por duas linhas cruzadas de coerência cristã: 1) A teologia de um Deus Pai, que ama e perdoa; 2) A renúncia (formal e informal) à ostentação de riqueza e poder.

Para a sua primeira viagem internacional, o primeira recado desse cristianismo franciscano foi dado ainda em Roma. Ao embarcar no avião que o trouxe ao Brasil, Francisco subiu as escadas levando consigo, na mão esquerda, a pasta de objetos e papeis pessoais. Por coincidência, ou intencionalmente, o uso da mão esquerda favoreceu a captação da cena pelas câmeras de TV. E essa foi a imagem que marcou a cobertura jornalística do embarque de Francisco para o Brasil.

Sem palavras, falando apenas pelo gesto simples de assumir a carga da sua própria pasta de trabalho, o papa Francisco espalhou ao mundo um poderoso discurso cristão de simplicidade, humildade e rejeição a ostentações simbólicas de poder.

Como escrevi aqui, no começo do seu pontificado, o papa Francisco constitui-se o mais interessante case de comunicação jornalística da atual cena mundial. Com o que até agora fez e disse em pequenos gestos, discretas decisões, curtas palavras e sorrisos cativantes, tornou-se o mais importante protagonista universal da atualidade noticiada - com direito a manchetes quase diárias nas principais “capas” jornalísticas do mundo (impressas, eletrônicas e digitais).

Com isso, um discurso franciscano de renovação cristã incendiou de expectativas mundiais sobre os novos rumos que Francisco poderia dar à Igreja e ao catolicismo. Com esperanças de uns, medos de outros. E com tais expectativas, esperanças e medos, o mundo acompanha esta semana gestos, atitudes e falas de Francisco no Brasil.

No total, são dez os discursos programados. Já fez um; faltam nove. Pronunciará também três homilias, a primeira das quais hoje (quarta-feira, dia 24), na missa em Aparecida, às 10h30.

Conteúdo não faltará para analisar. Até porque Francisco, mais do que aparenta, é um comunicador de excelência.

Também por isso, tornou-se rapidamente o nome de maior notoriedade planetária.

Com sabedoria própria, ou por obra e graça do Espírito Santo, o papa Francisco dá-nos aulas de clareza, quando faz ao dizer, e aulas ainda melhores quando diz pelo que faz. Porque constrói e expressa conteúdos complexos (afinal, fala-nos de Deus, de Amor, de Fraternidade, de Humildade, de Fé...) com a clareza da simplicidade.

Para alegria de muitos e apreensões de outros tantos, na composição dos segmentos divergentes compõem a Igreja Católica, e que nela disputam espaços, poderes e verdades, nome FRANCISCO passou a significar MUDANÇA.

O jornalismo tem tudo a ver com isso. Porque Francisco o utiliza, hábil e intensamente.

Comunicar erros