Metodista lança Movimento pela água
26/03/2015 10h59
A Universidade Metodista de São Paulo lança nesta quinta-feira (26) o Movimento Fonte de Mudanças. O evento de estreia conta com a mesa-redonda "A água e suas múltiplas perspectivas: Fonte de Mudanças", e reúne João Caetano, Secretário de Gestão Ambiental de São Bernardo, Renato Tagnin, professor do Senac, e Cesar Pegoraro, da Fundação SOS Mata Atlântica.
A iniciativa visa esclarecer os motivos da crise hídrica enfrentada hoje. Pretende explicar como a água está distribuída no Estado de São Paulo, no Brasil e no planeta. Também, como a população e o consumo crescem na medida inversa à quantidade de água distribuída e outras informações que alertem a população sobre a necessidade e a urgência dessa mudança de atitude.
O movimento conta com um site (www.metodista.br/fontedemudancas), onde é possível encontrar vídeos, com reportagens e aulas sobre o tema, ver notícias e infográficos que dão mais detalhes sobre o Sistema Cantareira e a crise hídrica. A página da Internet permite, inclusive, a interação do público, que também pode acontecer por meio das redes sociais da Universidade. Os interessados poderão enviar vídeos para ambos, com dicas de economia, mudanças feitas no dia a dia ou quaisquer informações que contribuam com o projeto.
Waverli Neuberger, coordenadora do Centro de Sustentabilidade e do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, é uma das organizadoras do programa. "A expectativa é que o Movimento Fonte de Mudanças engaje vários setores da sociedade, ao ajudar a população a conectar o excesso de informações existentes hoje a respeito da crise. Além disso, deve conscientizar os cidadãos sobre o motivo da falta de água não ser somente a escassez de chuvas", explica.
A coordenadora e professora da Metodista, aposta na dimensão da Universidade e de suas influências para atingir o público. Ela também conta que o evento de quinta é somente a inauguração do Movimento. O plano é monitorar o movimento no site e nas redes sociais para inserir e adequar novas palestras que fortaleçam o projeto.
Convidado para o evento desta quinta-feira, Renato Tagnin explica que durante a mesa-redonda pretende abordar a questão central da crise hídrica que é o modelo econômico atual que se baseia no crescimento do consumo. "Você mede a economia pelo crescimento e não pelo bem-estar das pessoas. Mas esse crescimento contribui com a escassez da água e quem paga por isso no final é o próprio cidadão", afirma.
Segundo Tagnin, a falta de água não é nenhuma novidade. O racionamento já existe há anos, porém, sempre atingiu apenas a população mais pobre. "O problema é que agora a escassez chegou às torneiras da classe média alta. Então, é aquele barulho como se fosse algo novo. A classe pobre não tem espaço para reclamar como têm os mais ricos".
O professor também critica o modelo adotado pelo governo paulista na gestão da Sabesp, que priorizaria a distribuição de lucros aos acionistas em detrimento dos investimentos que garantiriam o abastecimento da sociedade. "Um governo não pode pensar em lucro. Não é razoável distribuir lucro se a Sabesp não consegue distribuir o produto, no caso a água, para seus consumidores".
Fonte: Repórter Diário