Engenharia deve reinventar-se de forma permanente
09/09/2015 13h55 - última modificação 17/03/2016 11h32
Secretário Secoli, dirigente Nival de Almeida, Prof. Martins e reitor Capelle abrem Cobenge-2015 (Foto Leonardo Britos/FEI)
A velocidade das mudanças tecnológicas e dos desafios da população cada vez mais urbana (transporte, energia, segurança, sustentabilidade) coloca a Engenharia no centro dos problemas. Inovar e reinventar-se deixaram de ser mera retórica para se tornarem convocação obrigatória ao novo perfil profissional do engenheiro. Não à toa o tema da 43ª edição do COBENGE “Aprendizagem Ativa: Engenheiros Colaborativos para um Mundo Competitivo” visa a esta última fronteira, de preparar professores e alunos para o novo salto de qualidade e exigências da vida moderna.
Esta foi a ênfase da sessão solene de abertura do Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia 2015, na noite de 8 de setembro, e também o fio condutor das plenárias e trabalhos do evento, sediado este ano na UFABC (Universidade Federal do ABC). Como destacou o presidente da associação setorial ABENGE, Nival Nunes de Almeida, o momento é de permanente mudança e a função da educação superior não é apenas difundir conhecimento. Isso os livros fazem. “A academia é um lugar para educar, pesquisar e avançar nos conhecimentos, além de disseminar novos valores”, resumiu, citando o jurista e educador Anísio Teixeira e reforçando: “Além de enfrentar os novos desafios econômicos e sociais, devemos refletir com ética e para o bem da humanidade”.
Nessa linha também se pronunciou o anfitrião e reitor da Federal do ABC, Klaus Capelle, ao dizer que o mundo do século 21 transformou os problemas locais em globais, daí a importância da aprendizagem ativa da Engenharia e de profissionais competitivos e internacionais. Ele conclamou a academia a fugir das ideias planas de uma única área e a praticar a interdisciplinaridade. “Se sou colaborativo com minha própria área, ganho em escala. Mas se colaboro com outras disciplinas, dou um salto de qualidade”, citou.
Integração PPP
Representando a cidade-sede do COBENGE 2015, São Bernardo do Campo, o secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli, destacou a integração academia-poder público-empresas como item de primeira necessidade nos tempos atuais. “Não há mais lugar para a compartimentação, para a falta de inter-relação entre nós. Apartar as políticas públicas do conhecimento acadêmico e dos meios de produção resulta em prejuízos à sociedade”, afirmou.
Entre outras experiências de aproximação, o secretário municipal citou as parcerias público-privadas em torno da SBCSol, incubadora de projetos cooperativos apoiada pela Universidade Metodista, o APL (Arranjo Produtivo Local) de Ferramentaria Automotiva junto com a UFABC e Instituto Mauá de Tecnologia, o mapa industrial do Grande ABC em realização pela Universidade de São Caetano e o CISB (Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro) visando à chegada do caça Gripen e que é integrado por escolas de engenharia da região.
Palestras, fóruns e Feira Tecnológica
O Cobenge é considerado o mais importante fórum de discussão sobre formação e exercício profissional em Engenharia no Brasil, realizado anualmente desde 1973 pela Associação Brasileira de Educação em Engenharia (ABENGE). Cinco tradicionais escolas de Engenharia organizam a edição 2015, que vai de 8 a 11 de setembro: Metodista, FEI, Mauá, Fundação Santo André e UFABC. A coordenação na UFABC foi do professor Gilberto Martins, que mobilizou cerca de 600 participantes.
O tema central “Aprendizagem Ativa: Engenheiros colaborativos para um mundo competitivo” busca atender à demanda por um engenheiro mais bem preparado para lidar com as necessidades do mundo atual. A Aprendizagem Ativa, o Ensino Baseado em Problemas e o Ensino Baseado em Projetos extrapolam a atividade intelectual, vinculando-se às estratégias práticas desenvolvidas pelo mercado. Três palestrantes internacionais falam de Aprendizagem Ativa: Gregory James Light, da Northewestern University de Chicago (EUA); Maria Weurlander, do Royal Institute of Technology da Suécia; e Rui Lima, da Universidade do Minho (Portugal).
O COBENGE também reúne sessões plenárias na forma de Fórum de Dirigentes e Fórum de Alunos sobre “Ensino EAD e Ensino de Engenharia e as Necessidades do Mercado”. Além de Feira Tecnológica e dezenas de trabalhos e pôsteres, estão agendados 8 minicursos gratuitos aos participantes, com temas como “Educação Ambiental a Partir de Oficina de Reciclagem”, “Seis Sigma, o Método Mais Eficaz para Solução de Problemas” e “Introdução a Geodésia e aos Sistemas de Posicionamento/Navegação por Satélites”.
Completam a programação 4 visitas técnicas monitoradas às montadoras Volkswagen, Ford e Mercedes-Benz, além da Weidmuller Conexel.
A Universidade Metodista está participando e sendo representada pelo diretor da Escola de Engenharias, Tecnologia e Informação, Carlos Eduardo Santi, além dos professores Mário Boaratti, André Perin, Regis Reis e Márcia Sartori.
Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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