Fazer diferente é mandamento na comunicação, enfatiza consultor em inovação
23/08/2018 16h30 - última modificação 15/02/2019 15h51
Porque o mundo mudou e a geração atual não quer mais ter, e sim ser, profissionais da comunicação devem repensar estratégias de como abordar esse novo público e, mais do que isso, de como atuar no mercado.
“Não tem que focar o trabalho só na empresa ou perseguir um market-share, mas ficar atento ao que as pessoas querem. Elas não querem mais ter carro porque há Uber à disposição, não querem mais andar na última moda porque têm tribos que usam as roupas de que gostam, e têm também o site Reclame Aqui, para publicar suas muitas insatisfações”, discorreu Ralph Peticov, consultor em inovação, que falou para turmas de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo na noite de 22 de agosto sobre “Inovação Compartilhada”.
Segundo ele, mais do que nunca é o público – não a agência de propaganda -- que deve guiar a criação de um produto ou serviço, porque no mundo em tempo real o boca-a-boca que tem movido sensações e desejos. É o que se convencionou chamar de buzz marketing, ou propagação de ideias e itens de consumo por meio dos próprios compradores. “Estamos na Era da economia compartilhada, seja de produtos ou de opiniões. Por isso, parem de endeusar um artigo que vocês criaram e perguntem o que o consumidor pensa”, insistiu Peticov.
Engajar e servir
Irreverente, seu lema é sair da comunicação tradicional e buscar engajamento do público, é sair do “fazer” para o “servir” o público, a fim de criar o que chama de ecossistema de inovação que gere impacto nas pessoas. “Temos que pensar diferente, no bem da sociedade, sair da acomodação, senão faremos sempre mais do mesmo”, afirmou o consultor e palestrante, um dos criadores do Hack Town, festival de inovação, criatividade e tecnologia promovido há três anos em Santa Rita do Sapucaí, cidade mineira conhecida como o “Vale do Silício brasileiro” pela concentração de empresas e startups de tecnologia.
Nascido em família de artistas plásticos e hippies, que cultuam a liberdade de pensamento e ação, Ralph Peticov estudou cinema publicitário, mas não demorou para enveredar pelo mundo das ideias criativas. Vontade, coragem, pró-atividade, paixão pelo que se faz, curiosidade, ter um propósito e devorar informação são as atribuições necessárias para quem quer inovar, conforme enumerou. E buscar lucro, completou: “Lucro é a valorização da excelência de um trabalho. Senão, vira empresa de caridade”, definiu.
Peticov sublinhou, porém, o conceito que se alastra no mundo corporativo de “emprego com propósito”, que é movido pela motivação e necessidade de se fazer mais pelo próximo e pelo mundo. Ou seja, ir além de uma realização individual e lucrativa e participar de uma sociedade consciente. “Toda empresa deveria medir a felicidade dos funcionários. Se não estão felizes, não terão 100% de entrega”, aconselhou.
Confira o vídeo do evento:
Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
Conheça Outras.