Combate à corrupção se intensificou, alerta especialista em palestra sobre Compliance
25/08/2016 13h45 - última modificação 06/09/2016 17h54
Uma certeza (há punição para ilícitos) e uma diretriz (decreto 8.420/2015 que baliza o compliance) estão na origem da atual mobilização das empresas em torno de prevenção de fraudes e combate a práticas de corrupção. A onda de denúncias que varre a Petrobrás e outros desdobramentos da operação Lava Jato acenderam a luz amarela nas corporações que não querem essa batata quente nas mãos.
“É a velha e boa recomendação da mãe que manda o filho devolver o lápis do amigo que trouxe da escola: não pegue o que não é seu”, resumiu a auditora e contadora Angela Zechinelli na palestra de abertura do 2º semestre do Metodista Business Meetings, que abordou A Importância de Compliance nas Organizações.
Agir com ética e dentro de normas e leis é a essência do compliance: “Isso pode, isso não pode. Simples assim”, completou a palestrante ao discorrer sobre leis que cercam o tema, entre as quais a de Crimes Fiscais, Anticorrupção, de Lavagem de Dinheiro e Antitruste, que alcançam desde ocultação de bens pessoais e fraudes de empresas contra a administração pública até corrupção passiva e ativa.
“Não esqueçam de que todas as operações passam pela contabilidade. Não tenham medo de alertar seus clientes ou de tê-los como ex-clientes e não serem cúmplices de erros”, aconselhou ela aos alunos de ciências contábeis e controladoria que acompanhavam a palestra na noite de 24 de agosto.
Canal para denúncias
Segundo Angela Zechinelli, a corrupção não aumentou no Brasil, mas tem sido mais ativamente combatida. Em 2003 houve 18 operações da Polícia Federal. No ano passado esse número saltou para 560, o que evidencia a necessidade de gerenciamento de riscos e atuação ética de administradores públicos e privados, disse a palestrante, que é pós-graduada em Auditoria e Controladoria, membro da Academia Paulista de Contabilidade e do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP). Atua em perícias judiciais, arbitragens e mediações. “Não aguentamos mais ver tanta corrupção”, desabafou.
Compliance, na verdade, é apenas um dos conceitos que devem embasar a boa governança corporativa. Junto ao programa de integridade e conformidade com normas e leis devem estar em evidência numa corporação ou entidade pública o gerenciamento de riscos, os controles internos e um eficiente departamento jurídico. Angela Zechinelli destacou também a importância de haver um canal interno para denúncias e monitoramento constante de atos e documentos.
Na implantação de compliance, entre outros, devem estar previstas auditorias internas e se possível externas, a segurança da informação (limitando o acesso por via tecnológica) e a gestão também de pessoas de risco: “Tem colaborador não ético, que não pode estar na equipe”, advertiu.
Gestão de Pessoas
O Metodista Business Meetings consiste em série de palestras que discutem os rumos da economia brasileira, trazendo especialistas de diversas áreas do mercado. O evento é mensal e promovido pela Escola Metodista de Educação Corporativa com apoio do CIESP-São Bernardo e Volkswagen do Brasil. Interessados podem inscrever pelo http://portal.metodista.br/emec-eventos/business-meetings
O próximo encontro, em 21 de setembro, trará o psicólogo Adriano Bandini Campos para falar sobre “Gestão de Pessoas”, a partir das 19h30 no Anfiteatro Sigma da Universidade Metodista. Bandini é especialista em Diversidade no Citibank. Faz palestras sobre "Diversidade e Gestão de Ambientes Inclusivos” em todo o Brasil, incluindo nos cursos da ABRH, FIESP, FEBRABAN e congressos nacionais e internacionais.
Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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