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Brasileiro começa a organizar finanças pessoais, dizem especialistas em evento da pós em Assessoria Executiva

Quatro convidados debateram sobre o tema na noite de 25 de junho

28/06/2018 17h45 - última modificação 04/07/2018 13h04

Alunas e professores recebem convidados para o debate

A internet e o fácil acesso às informações, somados à estabilidade do real, despertam pouco a pouco no brasileiro interesse em melhor administrar o orçamento pessoal e mesmo em conhecer onde investir parte das reservas. Palavra da especialista em planejamento financeiro pessoal Evanilda Rocha, que na sua consultoria Dinheiro Inteligente recebe público crescente de quem não consegue fazer o dinheiro sobrar, de quem tem sobras e quer aconselhar-se sobre aplicações e mesmo de quem está endividado e precisa planejar pagamentos para estabilizar as finanças.

“Com a crise que vivemos, o brasileiro está aprendendo a duras penas a entender e a gerir o orçamento. As pessoas buscam conhecimento e estou bastante otimista com isso. Precisamos cuidar das reservas seja em situação de falta de dinheiro ou de bonança. Dinheiro gosta e precisa de atenção e organização”, disse a consultora ao participar da mesa-redonda “Decisões Financeiras e a Superação de Desafios” promovida na noite de 25 de junho pelo curso de pós-graduação em Assessoria Executiva da Universidade Metodista de São Paulo.

O evento reuniu quatro especialistas na área cujas opiniões convergiram em vários pontos: não há educação financeira de crianças no Brasil nas escolas e em casa, a falta de planejamento entre pessoas e empresas as leva a arriscar-se no mercado, sites profissionais e o acesso pessoal a ativos como Tesouro Direto aumentam o conhecimento e o interesse por investimentos. “Decisões financeiras são importantes na profissão dos alunos de Assessoria Executiva, por isso o tema motivou esse evento em que puderam colocar em prática o que aprendem em sala de aula”, afirmou a coordenadora do curso, professora Ana Maria Martins, que recebeu os convidados ao lado do orientador da turma, professor Bruno Frota.

Estar bem informado

Para o economista Eduardo Matos Levado, professor, gestor e também consultor em finanças, a primeira recomendação é estar bem informado para ter visão dos movimentos do mercado. “Vivemos num país de juros que nunca estiveram tão baixos, com SELIC a 6,5%, e uma inflação oficial de 3%, mas que não é a realidade da economia, onde preços aumentam constantemente. Para fazer uma reserva de capital, seja investimento de curto prazo ou uma previdência privada para o futuro, é preciso acompanhar bem quais são as tendências do mercado”, afirmou.

Eduardo Levado deu o bom e velho conselho de não aplicar todos os ativos em uma única modalidade e sugeriu nessa diversificação o investimento em ações. Citou que a B3 (fusão da Bolsas de Valores, Bolsa de Mercadorias e Futuros com a Central de Custódia) tem critérios rigorosos de participação e transparência, além de estabilidade de regras. Além disso, a seu ver as empresas brasileiras estão mais conscientes sobre questões ambientais, responsabilidade social, governança corporativa e compliance – estas duas últimas considerada a porta de entrada dos investidores. “O ideal é diversificar os ativos em prazos curtos, médios e longos, conforme as necessidades do futuro de comprar um veículo, viajar, adquirir a casa própria, estudar no exterior e guardar como previdência”, enumerou.

Capital de giro

Já o consultor em administração, finanças, controladoria e planejamento estratégico e presidente do Grupo Solução – BNI Business Networking Internacional, Paulo Cezar Rosa, abordou o lado empresarial, focando em capital de giro e como calcular sua necessidade. Falou que empresas estabelecem metas de crescimento sem conhecer se estão estruturadas para tal. “Primeiro precisa saber se tem mercado para crescer, depois se pode crescer. Significa rastrear desde fornecedores, capacidade de armazenamento, fluxo de produção, maquinário, recursos humanos, logística de entrega etc. Pequenas empresas não fazem esse planejamento e se arriscam. Muitas vezes vender mais não significa fazer fluxo de caixa”, alertou.

Segundo ele, recursos para crescer não significam só ter dinheiro. Às vezes obter prazo maior com fornecedores é melhor para alongar uma dívida do que ir a banco atrás de empréstimo e aumentar essa dívida, disse.

Especialista em contabilidade e finanças e analista do Banco Central, Aldomar Guimarães dos Santos mostrou que uma fórmula eficiente para controlar receitas e despesas está no PEC (Planejamento, Execução e Controle feitos ao mesmo tempo). Ele desenvolveu esse fundamento há 20 anos para medir os resultados do banco onde trabalhava por unidade de negócios, de modo que agências com bom desempenho não fossem influenciadas por agências deficitárias no balanço geral.

“A gente faz PEC no dia a dia: planeja a rotina colocando tarefas como ir ao mercado, consultar saldo do banco, entregar um relatório em tal hora etc. Isso vale para a vida pessoal, para empresas e para a administração pública. Se você não planejar e controlar a execução do seu dia, vai ter muito retrabalho e isso em finanças é o começo do fim, porque tudo o que fazemos tem um custo. Se planejar corretamente, seu orçamento vai ficar menor e os risco serão menores”, aconselhou Aldomar Santos.

Veja imagens do evento: 

Mesa-redonda promovida pela pós-graduação em Assessoria Executiva sobre Decisões Financeiras e a Superação de Desafios

Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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