Instituto Ayrton Senna mostra aos biólogos novos campos de atuação na educação
13/09/2019 20h55 - última modificação 19/09/2019 17h33
Se depender do Instituto Ayrton Senna, não faltarão vagas nem professores qualificados no Brasil. Um dos programas pioneiros da entidade, que completa 25 anos neste 2019, o Galf (Gestão de Política de Alfabetização) tem sido terreno fértil não apenas para formação de educadores, como incentivador de mais campos de atuação na carreira. Desde 2017 o Galf agregou às disciplinas de matemática e português o que chama de linguagens científica, corporal (artes), digital e de competências socioemocionais.
“Ao ampliar a base pedagógica, chegamos a uma alfabetização 360 graus, ou seja, buscamos o desenvolvimento integral do estudante”, citou a professora Vera Carolina Cambréa Longo, ex-aluna e ex-docente da Universidade Metodista de São Paulo e hoje em uma das frentes do Galf. Ela realizou palestra para turmas de Ciências Biológicas na noite de 12 de setembro, encontro que comemorou o Dia do Biólogo, celebrado em 3 de setembro.
O tema buscou mostrar aos alunos as possibilidades de atuação do professor de Ciências em projetos na área da educação, como destacou a coordenadora do curso na Umesp, Rosemeire Pessoni.
O programa de Gestão de Política de Alfabetização reúne verdadeira força-tarefa de educadores e capacitadores em torno do objetivo de alfabetizar crianças no 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental, “na idade certa e no ciclo certo”, como enfatizou Vera Longo. Dados do instituto indicam que 40% das crianças brasileiras estão abaixo do nível para a série que cursam e mais da metade (52%) da população de 25 anos ou mais de idade cursou apenas o Ensino Fundamental. Isso compromete as competências adequadas da pessoa, o que levou o instituto a abraçar a causa de seu idealizador, o campeão de Fórmula 1 Ayrton Senna, de promover inclusão e oportunidades para todos os brasileiros por meio da educação.
“O Galf reforça a meta do PNE (Plano Nacional de Educação) para 2024, de alfabetizar todas as crianças até o final do 3º ano do Fundamental”, enfatizou a ex-docente da Metodista.
Política pública
O Galf é movido por quatro elos, que começam com o professor como gestor da sala de aula, passa pelo coordenador pedagógico e pelo diretor, responsáveis respectivamente pela gestão pedagógica e escolar do estabelecimento de ensino, fechando com o secretário de Educação do município parceiro, que faz a gestão do programa em sua cidade.
Vera Longo enfatizou ser importante que a adesão de prefeitos ou governadores se faça na forma de política pública, não como projeto, para que tenha força na adesão e implementação. Com especialistas em cada linguagem, o Ayrton Senna se incumbe de capacitar a equipe municipal que fará a formação dos coordenadores de escolas, que por sua vez vão preparar os professores. Além da formação inicial, há a formação continuada e pelo menos quatro avaliações por ano.
“Todo o material pedagógico e de experimentos é fundado na BNCC (Base Nacional Comum Curricular). E todas as disciplinas trabalham integradas. Se vamos ensinar por que a roupa seca no sol, cada área entrará com uma dinâmica, ou seja, ciências naturais, química, cálculos etc”, destacou a palestrante.
Todas as disciplinas atuam sobre o tripé problematização, experimentação e projetos. Cada professor recebe cadernos do passo-a-passo do conteúdo e experimentos a serem ensinados. Para que essa dinâmica seja enriquecedora às crianças, o programa também prevê um professor de apoio ao professor titular em cada sala de aula. Em 25 anos, o Galf formou 240 mil educadores e beneficiou 25,6 milhões de jovens e crianças.

Esta matéria foi publicada no Jornal da Metodista.
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