Chico dos Bonecos
"A minha origem é a poesia. O que eu sou, mesmo!, é poeta. Mas a poesia é muito exigente, muito crítica, autocrítica, detalhista, muito concisa, muito essencial. Para tomar novos ares, escrevo também contos -- mas o poeta está sempre ali, ó, de butuca, vigiando. Por isso, para mim, a maneira de escrever a história é sempre mais importante do que o desenrolar dos acontecimentos. É claro que a tecelagem da história tem a obrigação de ser, no mínimo, interessante -- mas o que interessa mesmo é a tecelagem das palavras - Desenrolar o enredo e enredar as palavras são as duas páginas da mesma folha. O ouvinte não se envolve apenas com o rumo dos acontecimentos, mas também com o rumor das palavras."
Francisco Marques, o Chico dos Bonecos, como é conhecido, é poeta, contista, educador de arte e trabalha há mais de vinte anos com a cultura popular e com o resgate de brinquedos e brincadeiras antigas, incluídas nesta categoria os “brinquedos invisíveis’, como histórias, contos, lendas, e fábulas provenientes da literatura oral. Formado em Letras pela UFMG, o autor viaja pelo Brasil contando histórias, lendas, brincadeiras e fábulas enraizadas na nossa tradição. Em seus livros, encanta leitores de todas as idades com as brincadeiras feitas por meio da versatilidade das palavras.
Suas oficinas e performances para o público infantil são conhecidas nos quatro cantos do país. Chico anda pelas cidades brasileiras carregando duas maletas-baús, daquelas de caixeiro viajante, repletas de peças e objetos insólitos, como chapeuzinho de papelão, funil, chuveiro, parafuso de tampa de privada, fazendo a mágica de despertar a imaginação de plateias às vezes anestesiadas pelo cotidiano. Além disso, ele desenvolve também uma elaboração em torno da cultura da infância voltada para os educadores. Uma das expressões desse trabalho encontra-se no livro Muitas coisas, poucas palavras - A oficina do Professor Comênio e a arte de ensinar e aprender.